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Nina Horta

Perfil Nina Horta é empresária, escritora e colunista de gastronomia da Folha

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AiI,AI,AI,VOCÊ QUE SER EMPRESÁRIO?

Por Nina Horta
12/04/14 19:41

 

Ai, ai, ai, você quer ser empresário?

 

Pedi esse trabalho da amiga Veronica Bilyk, (o nome está ao pé da página)somente para dar uma espiada pois se  tratava de mudanças culturais em empresas, assunto que andava me interessando muito. Havíamos comprado a outra parte de nossa sociedade e uma nova sócia, com todas as qualidades, mas inexperiente, iria começar a se esforçar dividir comigo a autoridade e as atribuições de dirigir um buffet.  

Então, quero aproveitar esse espaço que temos aqui para falar mais um pouco de buffets e dizer quanto o trabalho da Veronica, apesar de dirigido para mega-empresas serviu para o mini buffet. Ela que nem leia ou ouça sobre isso, pois vai achar que li o trabalho errado. Não, cada um aproveita o que lê com a bagagem que tem e com o foco do que anda precisando no momento. Como dona de buffet, fui logo me aproveitando de muitas coisas.

Estávamos atravessando uma mudança de cultura (crise econômica evidente). Tínhamos uma história de 26 anos que foi interrompida, com a compra feita de nossa parte da outra metade do buffet,  saída de empregados muito antigos, e permanência de outros mais antigos ainda.

Imediatamente ficamos completamente abismados com a resistência à mudança manifestada pela equipe que se formou, de funcionários antigos e novos. Eram empregados que ganhavam muito, tinham toda a nossa confiança, mas que nunca haviam sentido uma crise na vida profissional, como a inflação, a desvalorização do real, e algumas outras mais pelas quais havíamos passado. Para que o buffet pudesse funcionar bem e obter lucros toda uma cultura teria que ser mudada. O tema era “enxugar”. Quase impossível. Os salários altos que imaginei que poderiam ser motivo de estímulo serviram para acomodar. As inúmeras reuniões para explicar que o momento brasileiro era outro foram recebidas com ouvidos surdos. Continuava-se a trabalhar com excesso de gastos, muitas vezes apontado pelos próprios clientes que não sabiam o que fazer com o excesso que sobrava das festas.

As coisas irracionais nos surpreendiam sobremaneira.

 Sentada diante de um funcionário enorme, dois metros de pai africano, bonito, elegante e educado, eu o assistia fazendo uns ovos especiais dentro da própria festa.  Os ovos eram levados de quatro em quatro ao forno, em forminhas. Esperava-se que ficassem prontos retiravam-se os ovos das formas, outros eram colocados e assim ia.  A certa altura jurei alto para mim mesmo que nunca mais colocaria aquele item no cardápio pois exigia uma pessoa durante umas 4 horas, ou a festa inteira, só para aprontá-los. Ao que o cortês funcionário me respondeu que não era o forno nem a receita era que só tínhamos aquelas 4 forminhas. Fiquei desolada, achei que jamais conseguiria dele um comportamento inteligente. Preferi achar que aquele tipo de ineficiência só faria acabar com a empresa. E o chef? E os outros empregados? Qual o motivo de não darem a ele a solução do problema?

Continuávamos esbanjando florezinhas de ervas, óleos trufados, produtos estrangeiros, como se todo o nosso papo fosse só para assustar e o Brasil estivesse em fase de riquezas mil, deitado em berço esplêndido.

  Todas as ordens escritas (adoro ordens escritas, por mim era tudo escrito no menor detalhe, tenho muito mais facilidade para escrever do que falar) eram recebidas como se todos fossem completamente analfabetos  e os projetos de casamentos, festas, totalmente ignorados e elaborados de novo pelo chef que não tendo ido às reuniões fora do buffet onde se esboçaram os conceitos junto às famílias dos clientes , é claro que não saberia adivinhar o que era esperado dele.  

Mas, por quê?

Logo no início do seu trabalho a Bilyk explica, pela boca de um dos seus entrevistados. “A mudança gera medo e irracionalidade. A pessoa pensa que pode perder o emprego, os projetos, os amigos. Num outro momento passa a ter ódio, quer sabotar ou se torna supernegativa. Procuramos mitigar essas coisas, hoje em dia. Finalmente essa reação geralmente termina com o indivíduo se autovalorizando em demasia.”

 

Sem tirar nem por: o cozinheiro passou a fazer menus e atender o telefone e conversar com as clientes, achando que era a pessoa mais adequada para esse trabalho. Parecia que compras, mercados, livros novos, receitas, experimentações, cursos de atualização nada tinham a ver com suas responsabilidades.   Como era uma pessoa amiga e querida levamos uns três meses para fazê-lo desistir da empreitada, o que o deixou extremamente magoado, pedindo até as contas, coisa de que se arrependeu pois não tocou mais no assunto.

 

Não admitimos que os cardápios saiam, mal elaborados e com erros de português ou de qualquer outra língua, na medida do possível. São cardápios que por mais criativos que sejam se repetem continuamente e era preciso que antes de sair passassem por pessoa que os corrigisse. A digitadora também queria se suicidar porque não confiávamos na sua redação. E nem podíamos.

 

A sócia, quando interpelada por eles, dava razão ao cozinheiro e à digitadora, dizendo não entender porque aquelas pessoas não podiam fazer sozinhas o seu trabalho.  A resposta era óbvia, porque não estavam cumprindo suas funções a contento e num tempo de crise brasileira quantos mais erros cometêssemos, mais poríamos a firma em crise. 

 

As pessoas novas colocadas na firma para estágio, para serem avaliadas, geralmente vindas de buffets já com culturas de enxugamento, de economia, de buffets “pobres” (experiência que precisávamos loucamente) eram bullyed de um modo que só anjos muito tolerantes suportariam.Um bullying não disfarçado, agressivo e desmoralizador para o novo funcionário. Que andava de ônibus, tinha seu próprio uniforme que ele mesmo lavava e passava, falava em pãezinhos feitos na cozinha, em brunches pouco refinados de grandes firmas, e cobrava a metade que nossos garçons e copeiras. Que me lembre nenhum deles se aguentou, a culpa do seu desespero em alguns casos era manipulada pela rádio peão para cair sobre os empregadores.

 

Dois dos empregados ( vejo pelo trabalho da Bylik), possivelmente passaram a não aceitar ordens escritas, memos de 3 páginas explicando cada etapa de um serviço, as receitas, o que comprar, quando comprar, pois a simples leitura poderia fazer parecer que eles não sabiam fazer aquilo sozinhos e passariam vergonha, principalmente frente à senhora da contabilidade com 20 anos de serviço e bastante liderança. Na verdade era um atalho para facilitar o trabalho deles.

 

Para nós era inexplicável que ao pedirmos ervilhas  Bonduelle, número 0 por serem mais padronizadas e mais frescas eles conseguissem encontrar, procurando por todos os lados uma tonelada de ervilhas “frescas”, de no mínimo 10 dias, se não mais, do que a que havíamos pedido por escrito.

 

É claro que aqui estamos falando de falta de comunicação entre os patrões e os empregados, e falta de conhecimento de relações humanas dos dois lados.

 

No entanto, um buffet de 10 funcionários não pode ter sempre um profissional de RH de bom nível e aparece aí  a necessidade de cursos específicos feitos pelos patrões nessa área, conversas com outros donos de buffet, o que poderia nos ajudar a errarmos menos. No caso o assunto é medo de mudança.  

Claro que passaremos a falar, depois, sobre os erros dos empregadores!!!!!! Se é que a Veronica escreveu sobre isso, senão….

 

(Qualquer semelhança com buffets conhecidos ou funcionários aqui referidos é mera coincidência. Foram delineados para facilitar a compreensão do texto de Relações Humanas com o qual os buffets não estão acostumados.)

MARIA VERONICA PORTO BILYK

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS E CULTURAIS EM ORGANIZAÇÕES E SUAS ADERÊNCIAS SOB O PONTO DE VISTA DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO: GERENCIAMENTO DE RH E COMUNICAÇÃO, DO PMBOK®

Trabalho apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management da Fundação Getulio Vargas, como pré-requisito para a obtenção do Titulo de Especialista.

Edmarson Bacelar Mota

Coordenador Acadêmico Executivo

Ana Paula Arbache

Orientador

São Paulo – SP

2014

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Surto de feijão

Por folha
09/04/14 03:00

“Nina Horta, sou seu leitor na Folha e hoje me diverti vendo as várias maneiras de fazer (e comer) feijão. Tenho mais algumas.
Em minha terra, no sul de Minas, fazem feijão com alho, gordura de porco, sal e louro. E só. Consideram heresia colocar, inclusive, cebola no feijão. Já em Pernambuco, colocam legumes (cenoura, maxixe, batata…) e verduras (repolho etc.) no feijão. Para nós, mineiros, é um horror. Até na feijoada (vi em Sergipe também) é assim.

Um jeito que eu gostava de comer feijão —que chamávamos ‘feijão pagão’— era ele só cozido, sem refogar, e, em cima, um pouco de gordura (ou óleo), sal e farinha de milho.
Em Minas e em algumas regiões da Bahia, é comum encontrar na zona rural gente comendo feijão com rapadura raspada. Feijão com banana (crua) também.

O modo mais estranho que encontrei de comer feijão foi de um colega de trabalho, o jornalista baiano Robson Martins. Ele adora feijão com melancia. E diz que seus conterrâneos também são assim.
No centro de São Paulo havia um restaurante self-service bem caro, onde as sobremesas também ficavam expostas para se pegar à vontade. Havia muitas opções de comida, mas o Robson espantava as pessoas em volta com sua preferência: enchia um prato fundo de feijão e, em cima, um monte de pedaços de melancia. Comia com enorme cara de prazer. Abraços, Mouzar.”
Mouzar, nosso feijão jamais leva cebola e, aqui em casa, nem o louro. Escuto da feijoada de Pernambuco a vida inteira e acho que gostaria dela. Qualquer hora faço, com banana-da-terra, abóbora, um tipo de cozido bem brasileiro, que com certeza deve ficar bom. Feijão pagão era uma expressão que vivia na boca da minha mãe, mas não me lembro que ela nos servisse feijão com farinha de milho. Agora, pagão só com farinha de mandioca, talvez.

Muito interessante feijão com rapadura, que seria o equivalente dos feijões doces americanos, sem as demoras e firulas todas. Hummm.
Mas com melancia… Seria o equivalente a quê? Feijão com um molho fresco? Vale como a laranja da feijoada? Alguma coisa para cortar a gororoba apimentada? Pensando bem, o que é a melancia senão uma aguinha não tão doce? Para amenizar…
Com essas conversas estamos fazendo aqui um laboratório como o do Ferran Adrià. Falta só o patrocínio de uma empresa de telefonia! Oh, céus!!! Redescobrindo ou quebrando as tradições.
A palavra “tradição” vem da palavra latina “tradere”, transmitir, e transmitir supõe mudanças, movimento. Não precisamos pensar nas tradições como paradas no tempo, mas, sim, comungando com nossos valores, com os lugares onde nascemos, a vida que tivemos, nosso saber culinário, nossas manias e gostos.
Tradições, acho, são práticas vindas de pessoas que crescem, que amadurecem, que mudam por dentro e por fora. A tradição vem de receitas trocadas ou contadas, de cartas como essas dos leitores. Interesse, atenção, curiosidade ao tratar com ingredientes, saber como interagem, gostar de conversar sobre o assunto, de mandar cartas para o jornal. Nesse surto de feijão, já me impressiona como ele rima com açúcar em tantos lugares do mundo. E já experimentaram picar batata-doce cozida no feijão? Experimentem.

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Os feijões das irmãs Klink

Por Nina Horta
08/04/14 22:54

 De Gabriela para Nina

“Falando em feijões: a gente , como vc bem sabe, cresceu em Paraty. Vizinhos de esquina moravam Dona Maria e Seu Zaú e seus doze filhos. Dentre essa filharada toda haviam duas meninas, gêmeas idênticas, a Maria Aparecida e a Maria dos Remédios ( diz a lenda que a Maria Aparecida era para ter se chamado Maria das Dores – ambos os nomes em homenagem às igrejas que existem para essas santas em Paraty – , mas aí alguma mente lúcida brecou a tempo o pai delas no cartorio. Pronto, Maria das Dores virou Aparecida, evitando assim um pré-bullying na decada de 60. Imagina, uma chamada Dores e a outra Remédios???? !!!!!!!. ). Pois bem, quando eu e minha irmã tínhamos 3 meses e as gêmeas do Zaú ( eram conhecidas assim ) tinham 3 anos nossos pais acharam por bem nos apresentar. E diz a lenda que eles profetizaram que seríámos amigas pela vida toda. Bem, crescemos juntas, andando as quatro para cima e para baixo pela cidade e se formou uma amizade bonita que dura até hoje, sendo que somos comadres, tenho uma linda afilhada que se chama Gabriela também e que , pasme , teve uma filhinha da qual também sou madrinha. Portanto, inaugurei há pouco tempo a categoria inédita de dinda-avó com muito orgulho…. Voltando aos feijões: desde pequenas vivíamos as quatro correndo de uma casa para outra, para brincar, aprontar, o que fosse. Mas do que mais lembro da casa delas, além do chão de terra batida e dos dois tanques cheios de roupa para lavar todo dia ( pois eles eram muito simples, Dona Maria costureira e o Seu Zaú pescador ) , era o apito da panela de pressão na casa dela, todo santo dia, antes do almoço e antes do jantar, cozinhando muito feijão, sempre. Afinal, eram ao menos 14 pessoas por refeição, todo santo dia. E o que guardo com carinho é que sempre, sempre, eles nos convidaram para almoçar ou jantar, às vezes os dois em um mesmo dia. E eu adorava aquela bagunça, aquela mesa cheia, aquele falatório , tudo tão diferente da formalidade que tínhamos em casa. Hoje, quando paro e penso no assunto, acredito que muitas vezes a Dona Maria deve ter aberto mão da mistura dela por causa das bocas extras…. mistura essa que geralmente era peixe, ensopado ou frito, servido junto com o arroz fresquinho e o feijão de caldo mais ralo, engrossado com a farinha de mandioca. Às vezes ela fazia o que chamava de feijão gordo, com pedaços de carne seca com bastante gordura. Então o que fica dessa época é uma admiração pela generosidade dessa família, que reflete ( para mim ) a generosidade do brasileiro, ou das tantas milhares ou milhões de Marias que cozinham toneladas de feijão ao longo da vida, para os maridos, filhos, netos, bisnetos, amigos e visitas e que na sua simplicidade dão um exemplo do que é, para mim, a gentileza absoluta. Em tempo: falei de minha mãe no comecinho, xeretei alguns cadernos antigos com receitas dela e livros e achei algo bacana: como se cozinhava feijão numa caixa de papelão, na época da Segunda Guerra ( assim se economizava gás, que era racionado). Lá vai: 1. Forre uma caixa de papelão com várias camadas de folhas de jornal abertas e afofadas. Coloque uma camada generosa de feno seco. 2. Coloque mais folhas de jornal. 3. Coloque o feijão (que ficou de molho por 12 horas) numa panela grossa, coloque água e os temperos ( um pouco de melado e um pouco de vinagre ), leve ao fogo e ferva por 15 minutos. 4. Tampe a panela, coloque na caixa, embrulhe com o jornal, coloque mais feno em toda a volta e por cima de tudo, uma almofada. 5. Embrulhe tudo num cobertor e deixe quietinho por 4 horas. Acerte o sal e os temperos antes de servir. Enfim, desse jeito nunca fiz, mas já fiz o arroz de maneira parecida além de ter a receita da canja q pode ser feita do mesmo jeito. Veja, minha mãe a-d-o-r-a-v-a algumas coisas exóticas e excêntricas e acredito que cozinhar feijão dessa maneira se encaixava bem nessa categoria ( tanto quanto o período em que ela congelava as camisas de meu pai antes de passá-las ou guardava ärvores de natal no chuveiro…. mas isso fica para outro dia ).”

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Feijão dos leitores

Por Nina Horta
02/04/14 20:32

Mais uma baiana que come feijão com melancia! Está resolvido. Na Bahia come-se feijão com melancia. Sei que vou gostar.

Sempre leio seus artigos sobre culinária.

Como agora você está abordando as diversas maneiras de se comer o feijão, aqui vão mais algumas:

Como disse o seu leitor desta semana, eu também adoro comer feijoada com melancia.

Também sou baiana, de Salvador e acho que a melancia precisa estar gelada.

Meu marido que era um exímio cozinheiro, seguindo as tradicões da terrinha, fazia um feijão de leite, muito comum aqui para acompanhar as moquecas, principalmente de Bacalhau e camarão.É o feijão cozido com água e sal, depois machucado no pilão e temperado com leite de côco e açucar. A combinação é fantástica!

Outro feijão que também se come com moqueca é o feijão de azeite, feito com pouco caldo e temperado com camarão seco e azeite de dênde.

Como estamos as portas da semana santa e os pratos típicos deste período são as comidas baianas, muitos almoços da sexta-feira santa aqui na Bahia, terão estes cardápios.

Saudações,Yolanda

Essa foi o Dória que mandou:

Pintado:

 “partes iguais de feijão e milho pilado, sal, pimenta do reino, cominho, alho e cebola esmagados, tudo cozido com toucinho em água a que se juntam charque, carne de porco e um osso de canela, convenientemente fraturado, para que todo o tutano seja aproveitado” (A. J. de Sampaio, A alimentação sertaneja e do interior da Amazonia, Rio de Janeiro, Companhia Editora Nacional, 1944, pág. 74.)

. Dória, é a primeira receita com osso de canela!

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Essas foi o Hermes Espíndola Júnior. Obrigada!!!!!

Estava lendo sua coluna na Folha de hoje e não pude deixar de pensar em alguns tipos de feijão (ou mesmo feijoadas) aqui do Sul.

1) – Feijoada de Manézinho (própria dos habitantes aqui de Florianópolis) – Trata-se de feijoada em tudo idêntica à feijoada tradicional, salvo o fato de não levar nenhum tipo de carne. Os ingredientes são todos vegetais, tais como cenoura, xuxú, batatas (doce/inglêsa), nabo (para quem gosta), abóbora, repolho e couve. Minha vó já fazia (anos 50/60) e era servida até bem recentemente em restaurantes tradicionais do Mercado Público de Florianópolis, como o Goiano;

2) – Minestra – provavelmente conhecida em SP, já que é prato comum e provavelmente originário da colonias italianas aqui do sul, Rio Grande, principalmente, e que não é nada mais que o feijão comum do dia a dia com acréscimo de massa (sempre espagueti). Ótima para as noites frias do Rio Grande “amado” como gosta de dizer um amigo meu, o Dr. Godoy Susin, gaúcho de Vacaria, tchê!;

3) – Feijão vermelho com rabada – receita de meu amigo Bonfim, que a aprendeu com o cozinheiro do navio da Marinha Custódio de Mello, em viagem de volta ao mundo (chamada “Viagem de Ouro”) em que meu amigo, lá pelos anos 50, na condição de taifeiro aproveitava as horas ociosas para aprender recitas com o cozinheiro de bordo. É uma feijoada normal, com a particularidade que usa apenas rabada em sua receita, além do feijão vermelho. Depois de pronta, em fogo baixo, vai-se acrescentando farinha de mandioca e mexendo sempre até tranformar tudo em pirão (inclusive com a rabada dentro). Arroz, saladas, uma pinguinha, uma cervejinha e vai…;

4) – Feijão Mexido – outro hábito gaúcho, destinado às manhãs geladas daquelas paragens. Esquenta-se o feijão de sobra do dia anterior, acrescenta-se ao feijão fervendo a farinha de mandioca, faz-se o pirão e manda ver no café da manhã.

Obs.: Não sei ensinar receitas em detalhes pois minha função nessas todas sempre foi (e continua sendo) apenas me sentar e deliciar-me.

Um abraço,

Hermes Espíndola Júnior

Sõ José/SC

Esse feijão com rabada deve ser uma delícia, não é? E adoro receitas assim, sem quantidades, cada um ponha o que quer! nina

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Quando eu era menina, minha mãe fazia o feijão no fogão a lenha.

Quando ele queimava, uma vizinha americana levava para a casa dela, pois seu marido “adorava” feijão queimado

Leilah Balestreros_________________________________________________________________

Leilah, com certeza era bem o gostinho de Baked Beans da mãe dele! nina

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Charles JabbourFoussulia, Nina Horta! Feijão branco à moda árabe com tomate,músculos,pimenta síria(inventei umas salsinhas pra realçar),acompanhado de vagem refogada,impossível um prato só!

about an hour ago ·Lygia de Siqueira Porto
Quando li no jornal de hoje sobre os acompanhamentos do feijão, fui surpreendida pela carta do Mouzar sobre um jornalista baiano que comia feijão com melancia. Lembrei-me de um empregado que tive há uns dez anos atrás, oriundo de Jaú, interior de São Paulo, terra da minha mãe, que exaltava muito sua avó, uma negra velha, muito sábia, que gostava de comer feijão com melancia.

Imaginei que fosse um costume dos escravos que, por escassez de variedade de alimentos e, na impossibilidade de plantar legumes, já que uma horta dá trabalho, exige regas constantes, viveiros, mudas etc. Lembremos que a melancia foi trazida ao Brasil pelos norte americanos que vieram para cá, na região de Santa Bárbara d’Oeste, no final do séc.XIX, após a guerra de secessão. Não era uma fruta muito apreciada pelos brasileiros, inclusive por que foi associada a um surto de gripe que ocorreu logo após as primeiras colheitas. Mas as pessoas mais humildes deviam comê-la com feijão, como sucedâneo do pepino ou da abóbora, que, afinal, são da mesma família…

 Sou carioca, para mim feijão é prAto com arroz branco e banana crua em rodelas… Amo
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Isa Fonseca
Muito legal essa crònica; na décadas de setenta morei com nordestinos numa república e conheci o famoso baião de dois e o famoso feijão de corda. Tudo muito bom… E eu como feijão desde criança, com arroz, adoro, não dispenso no dia a dia.  E para quem não sabe,. alõ vegetarianos, uma mistura de arroz com feijão dá a proteína necessária que entra no tijolinho da formação da célula, coisa que a protteína da soja, por exemplo, não cumpre no organismo. Falei cm quem estuda, pesquisa, entende_______________________________________________________________________________

Tetê Martinho
Sou carioca, para mim feijão é preto com arroz branco e banana crua em rodelas…. Amo………………………………
________________________________________________________________________________________ely F P T Belluci
Nina, aqui na minha região no interior de São Paulo, no dia a dia é usado o feijão carioca/bolinha/rosinha, de modo simples, com muito alho, cebola e louro e de preferência com banha de porco. Uns usam cheiro verde, outros coentro. A feijoada tradicional, familiar é com feijão preto e pé, orelha, rabo, focinho.couro de porco de preferência fresco e juntamos carne seca, paio, calabresa, costelinha defumada, lombo e bacon. No restaurante servem a feijoada apenas com a carne seca, costelinha defumada, paio, calabresa e bacon, sem os miúdos do porco———————————————————————————
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Feijão dos outros

Por folha
02/04/14 03:00
Queria muita informação sobre feijão e ela vem chegando, inclusive uma receita de feijão com camarão da Monica Vogt, dona do ótimo blog Um Pouco de Tudo. É de avó portuguesa morando no Rio de Janeiro. “Cozinhar as cabeças de 1 kg de camarão no feijão-preto que estava de molho. Depois do feijão cozido, misturar com um vidro pequeno de leite de coco (será que coa?), temperar e, na hora de servir, colocar os camarões dos quais se tirou a casca, bem rapidamente.”
Ashraf Klink acendeu uma lembrança minha que havia esquecido. Ela sempre conta histórias do pai, deve ter sido um homem interessantíssimo e aprendi a gostar dele por meio dela. Pois não é que ele comia o seu feijão exatamente  como meu pai? E do jeito que mais gosto? Vejam só.
“Queridoca: meu pai libanês, o comendador Jamil, adorava feijão. Mas o feijão puro, só com uma ou duas pimentas-dedo-de-moça frescas. Cortava a pimenta, devagar (e a gente esperando, pra começar a comer), em rodelas, e daí colocava o feijão de forma generosa. Começava a comer e a suar. Pingos e pingos de suor, e tome feijão, preto, mulato, o que tivesse. Nada de arroz para atrapalhar a belezura de um bom prato de feijão com pimenta e uma cachaça do lado. Já o irmão mais novo do meu pai, o tio Ghassane, que morou no Brasil na juventude e estudou arquitetura, me ensinou a comer feijão carioca (puro, claro!) com suco de limão espremido na hora. Um pratão de feijão com caldo de limão. Uma superdelícia. Hoje, pra mim, se tem feijão, vai sempre com limão ou pimenta —e, em dias de festa, um pouco de farinha de mandioca de Paraty.”
Ashraf, você e sua irmã gêmea, Gabriela, escrevem tão bem, e o Amyr… Ah, todos adorariam um livro de histórias da família com passagens por Campos de Jordão, Líbano, Suécia, Noruega, Paraty…
O Gil Felipe mandou uma versão mais leve do que costumam ser os feijões ao forno com melado. Direto de Edimburgo, na Escócia.
“225 g de feijão-branco, 50 g de margarina, 1 cebola, 1 dente de alho, 400 g de tomate, 8 g de açúcar mascavo, folhas de salsinha, 1 g de sal, 0,5 g de pimenta-do-reino. Deixar o feijão de molho durante uma noite. Cozinhá-lo em água sem sal. Em outra panela, fritar, na margarina, a cebola picada e o alho amassado até dourar. Juntar os tomates em pedaços pequenos. Cozinhar em fogo brando por dez minutos até reduzir o caldo do tomate. Adicionar o sal, o açúcar, a pimenta-do-reino moída na hora e salsinha picada. Despejar este molho sobre o feijão e deixar em fogo brando por cerca de 40 minutos.”
Difícil falar em feijão sem falar em arroz. Quando atravessei o Brasil visitando as merendeiras, fiz uma enquete por minha conta do que se comia aqui. Cheguei à conclusão que andávamos por uma enorme passarela que cortava o país, atapetada de feijão com arroz. Sobre ela, variações, regionais, econômicas, de eventuais comidinhas. O forro, feijão com arroz. O assunto não tem fim, voltamos…
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Fome de feijão; feijão de fome

Por folha
26/03/14 03:00

Como é que os primeiros comilões do mundo inventaram suas receitas? Muita paciência para descobrir a alcachofra, suas folhas e coração. O que precipita a adrenalina para descobrir o que é bom de comer? Escuto meu neto, adulto, voando escada abaixo e dizendo com voz grossa. “Estou morrendo de fome, vou fazer uma feijoada!” Pois não é que sem jamais ter feito uma, pegou a panela de pressão, misturou um feijão, umas carnes, um refogadinho de cebola, tomate, salsinha e rapidamente apareceu na mesa algo bem parecido com uma feijoada das boas?
É a fome! É a fome que faz o ser humano inventar. Imagine você de barriga bem cheia dar tratos à bola para criar uma terrine de porco. Jamais! Daí me assanhei por feijões. Lembrei de tanta coisa! Uma aula que dei no primeiro Boa Mesa e que me traumatizou para sempre. Eram acompanhamentos para o feijão de cada dia. Caprichei, com vidros enormes e feijões variados. No meio da exposição, um senhor se levantou e disse que não podia assistir à aula pois não sabia fazer feijão. Para ensinar acompanhamentos eu teria que ensinar primeiro o feijão. Nada mais justo. Rodou a baiana.
Lembrei também de “Tortilla Flat”, de John Steinbeck. Pois no livro os feijões são considerados não só um forro para o estômago, mas sim forro e teto. Naquela época, tornara-se moda em Monterey, na Califórnia, as visitas de enfermeiras da escola às casas dos alunos para verem como andavam as coisas. Alfredo foi chamado para conversar na diretoria, justamente por estar magrinho.
—Alfredo, você come bastante?
—Claro —respondeu Alfredo.
—Qual é seu café da manhã?
—Tortillas e feijão.
—Almoço?
—Tortillas e feijão.
—Jantar?
—Tortillas e feijão.
Não dava para acreditar. O médico resolveu, por interesse científico visitar a casa. A meninada fazia um barulho de ensurdecer. Ele viu a “vieja” ir até o fogão, pegar uma concha de feijão que fervia na panela e jogar no chão de terra. A criançada começou a caçada, um a um, debaixo da cama, nos cantos, nas quinas.
Ao entregar o relatório aos colegas o doutor tinha os olhos esbugalhados. “Fiz todos os exames possíveis. Dentes, pele, sangue, ossos, coordenação motora. São as crianças mais saudáveis do mundo”, gritou, inconformado. “Que animaizinhos, que dentes, nunca vi iguais na vida!”
Outra pergunta que me fazem muito é como chegamos ao prato obrigatório de arroz com feijão no Brasil. É complicado. Não há uma resposta única, há uma mistura delas, coisa que se pode ver na antologia “Rice and Beans. Um Único Prato em uma Centena de Lugares”. Editado por Richard Wilk e Livia Barbosa com um capítulo especialíssimo do Carlos Alberto Dória, que já está traduzido e será publicado em breve.
Credo, está parecendo tese de mestrado, mas, de vez em quando, são necessárias umas notas de pé de página só para não se perder o costume! Ou o pecado!
Vou pedir que me mandem receitas de norte a sul de feijoadas e modos de comer feijão. Puxa, mal falei em feijão e já mandaram o boneco de um livro. Editora Dash. “O Feijão”, tudo arrumadinho, ninguém terá mais dúvidas. Bom, foi-se minha pesquisa, outros fizeram antes. Ainda bem!

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Feijão, feijão, feijão!!!!!!

Por Nina Horta
25/03/14 23:20

 

ninahortablog
.

Nina Horta

Facebookers do Oiapoque ao Chui. Estou precisando de informações sobre feijão. Qual o mais comido na sua região? Como é a feijoda de sua terra? Com legumes? Que delícia! Por favor me ajudem, preciso escrever sobre feijao mundo afora.Darei os créditos!

Quantas respostas ótimas. Muito obrigada. E obrigada ao site refogacaseira com link mandado pela Regina Faria. Não vão me processar, não é? e Acho quea  Folha detesta que peguemos o conteúdo dela e passemos para o fcebook, hoje vamos fazer o contrário, pegar do face e passar para a Folha!
Olhem aqui as respostas do facebook.
17 March near São Paulo
Nina, para ajudar sua pesquisa sobre tipos diferentes de feijão. http://www.refogacaseira.com/news/os-tipos-de-feijão/
ninahortablog
Os 14 tipos de feijão :: Refoga Caseira
www.refogacaseira.com
Você sabia que na Grécia Antiga……Os feijões eram utilizados em jogos de apostas?  …Durante os simpósios (festas gregas onde um grupo de homens intelectuais bebiam enquanto dialogavam sobre…

Origada, quanta coisa boa!!!! Nina

 Vejam que interessantes as respostas no facebook.
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  • Bia Delmaestro, M Luiza Santana, Vinícius Cruz and 68 others like this.
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  • Ricardo Icassatti Hermano Aqui em Brasília temos gente de todo o Brasil e comemos feijão de todos os tipos e modos de preparo. Temos vários restaurantes especializados em culinárias regionais e internacionais. Já comi do feijão de corda até o preto, até um feijão gigante do Peru.
  • Elsa Vieira de Souza veja isto Helena Menezes…
    16 March at 07:35 · Like · 1

  • Katerina Volcov Eu sou filha de argentino, neta de russos. Isso significa que ha uma infkuencia desse povo  no como faco feijao. Vivo em sp. Aqui faço feijao com abobora e frango e linguiça. Isso tambem se deu a partir de quando me tornei mae: precisava colocar outros ingredientes e agilizar o processo de cozimento, colocando tudo na mesma panela. Hoje, apesar do bebe ja ser um menino de 7 anos, continuo fazendo esse feijao mezzo reforçado!
    16 March at 08:19 · Edited · Like

  • Maria Helena Camargo Muito bom, Nina Horta! Adoro feijão(carioca) com macarronada! E essa pesquisa ficou muito interessante.
    16 March at 08:43 · Unlike · 1

  • Eliza Paley Here in New York beans of  all types are most often eaten as soups or part of stews.
    16 March at 09:19 · Unlike · 1

  • Wair de Paula Eu gosto de feijão simples, mulatinho ou jalo, sem carnes, herança interiorana de meus pais. Mas quando em Recife, feijão verde a granel (até como vinagrete) e a feijoada de feijão manteiga com legumes, banana comprida e carne de peito e charque.
    16 March at 09:40 · Like

  • Ana Claudia Guimarães Domingues \No link a seguir uma receita tipica chilena, porotos granados, com abobora e milho, por uma foodie, Liz Caskey, que mora no Chile. http://eatwineblog.com/…/chiles-quintessential…/

    Chile’s Quintessential Cranberry Bean, Pumpkin & Sweet Corn Stew

    eatwineblog.com

    Recently arrived back in Chile after my two week soirée in the Colorado Rockies …and beaches of St. Augustine, Florida, I am in serious need of returning to my normal, healthy diet before my next (meat and dulce de lecheSee more
    16 March at 09:54 · Edited · Like · Remove Preview

  • Allan Trotamundos Nina Horta, no dia a dia, os moradores de Belohorizontecolmo preferem o feijão carioquinha! Mas existem muitos outros tipos de feijão no Estado. Quando criança pobre, eu adorava o feijão andú com farinha!  A feijoada por aqui é a tradicional, sem legumes, rica e com pertences variados, torresmo, couve cortada transparente! bj
    16 March at 09:45 · Edited · Like

  • Ana Claudia Guimarães Domingues Liz Caskey te apresento minha prima, Nina Horta, foodie brasileira, que esta fazendo uma pesquisa sobre o feijao no mundo. Indiquei teu maravilhoso site. bjs
    16 March at 09:53 · Edited · Unlike · 1

  • Iara Berenice Dias Attie No  meu Rio Grande o feijão mais consumido é o preto, inclusive a feijoada com todos seus pertences dos pés a cabeça do porco rsrsr. Porém eu prefiro o feijao só com uma pitadinha de baicon frito e muito caldo. Gosto e faço em minha casa todos os tipos de feijão, do preto ao branco, passando pelo mulatinho, jalo, de corda, verde, vermelho etc etc adoro feijão!Boa sorte na matéria!
    16 March at 10:01 · Like

  • Joana Pellerano Acho que a Adriana Salay Leme pode ajudar…
    16 March at 10:07 · Like · 1

  • Rose Koraicho No dia a dia, o feijão carioca, com alho, cebola, bacon e louro. Mas, o predileto, é o feijão fradinho com carne moída, refogada com alho, cebola, tomate e louro. Bom….
    16 March at 14:18 · Edited · Like

  • Pedro Matizonkas Cara Nina, feijao no Brasil,  conheco varios, rajado claro, rajado escuro,   roxo, roxinho, rosinha, opaco, opaquinho, lustroso, jalo, jalinho, vermelho, fradinho, e os demais comuns. Para sua curiosidade, no Maranhao usam canjica de milho amarelo no lugar do feijao na feijoada com todas as partes do porco. O melhor feijao rico que comi foi em Feira de Santana num buteco no mercado, sem saber era vegatariano, tinha todos os legumes e tuberculos que conhecemos , comi de empapussar. Feijoada com preto deve entrar todas as partes do porco nada de light e vamos em frente
    16 March at 10:34 · Like

  • Allan Trotamundos Nina Horta, eu me considero meio potiguar já que morei lá no RN durante 15 anos e o campeão absoluto daquelas paragens é o feijão verde, preparado somente com coentro!
    16 March at 10:35 · Like

  • Heloisa Freitas O que posso tentar acrescentar, é que as comidas Nicaraguense e Colombiana usam o feijão em diversas formas e maciçamente!
    16 March at 10:41 · Like

  • Luciana Nobile Qualquer pedaço de carne que sobrasse, porco ou boi, ou o courinho do bacon, ia para o feijão… O arroz branco, em geral por cima… Alguns da casa, trocavam por farinha ….
    16 March at 10:45 · Like

  • Maroka Rodrigues oi minha querida nina ….na minha terrinha fazemos um belo baião de dois com feijão branco acompanhado de um delicioso peixe assado….e sei tbm ki é ótimo pra salada e faz muito bem a saúde da mulher na prevenção de cancer
    16 March at 10:58 · Like

  • Valéria Lima No Piauí come-se o chamado feijão verde, que para alguns é o feijão de corda… Cozido, caldo fino, apenas refogado com cebola, alho, às vezes toucinho, e finalizado com cheiro verde (cebolinha e coentro frescos), isso tudo com legumes, tais como abóbo…See More
    16 March at 19:07 · Edited · Like

  • Vera Pitanga Aqui em Niterói comemos o feijão preto temperado com alho, sal e louro. Alguns põe carne seca ou similares.
    16 March at 11:23 · Like

  • Thaïs Chavarry No Rio se come feijão preto no dia a du e na feijoada. O feijão que os paulistas chamam de “carioca” e os cariocas de “mulatinho” é muito pouco consumido.
    16 March at 11:51 · Like

  • Moema Cavalcanti Gosto mesmo é de feijão verde com carne de sol. Tudo temperado com manteiga de garrafa. Não podem faltar folhas de louro, cominho e coentro no feijão. Acho que tem paulista que vai ter ânsia por conta do coentro. Nina Horta, depois você me explica porque o paulista odeia tanto o coentro. Isso me parece o velho preconceito contra nordestino. Só pode ser!
    16 March at 11:59 · Edited · Like · 3

  • Isidoro Boris Eizenman Sou de sampa aqui uso jalo pro dia a dia, com couve, salada de repolho, abobrinhas na manteiga….
    16 March at 11:57 · Like

  • Lulu Librandi Feijoada do Sr Ogum Orixa poderoso. Se faz com Feijao branco e e muito usada em terreiros . Betania Leina krespi que a Mae meninha fazia
    16 March at 12:30 · Like · 1

  • Gisele M Fernandes Forman Sou fã de feijão. Como feijão as vezes carregado no louro, as vezes no alho. As vezes mais grosso, as vezes mais ralo. Combina muito bem com verduras e legumes refogados. No inverno, faz-se sopa de feijão com batatinhas picadas ou algum tipo de massa. …See More
    16 March at 12:35 · Edited · Like

  • Candida Botelho Rajadinho!
    16 March at 13:37 · Like

  • Gisela Heizenreder Cury lá em casa (aqui em Sampa mesmo) só entra feijão preto, o preferido de minha filha Luisa . Daí sempre preparo quase uma feijoada: tempero bem com cebola, alho, louro, e outras ervinhas, e lá vão as carnes tb; bacon, linguiça portuguesa ou paio, lombo de porco e às vezes costelinha suína, todo mundo aprova!
    16 March at 14:13 · Like

  • Sueli Rosa Vieira na minha região, no Vale do Ribeira, o mais comum é o feijão carioca temperado com alho e cebola
    16 March at 14:25 · Like

  • Neiva Carmo .. de Minas, feijao rajadinho com arroz e carne de porco, além de fava i.e. feijao branco para fazer doce… e variedadas que hoje se encontram na Mercearia Paraopeba (veja o site).
    16 March at 14:42 · Like

  • Noely Simões Aqui em minha casa sempre o feijão rajadinho, mas já tive tempos de gostar do feijão roxinho, outros do feijão rosinha, e também do feijão jalo, mas, não importa o tipo sempre tem feijão!!! bjs!
    16 March at 15:23 · Like · 1

  • Sonia Regina Cociuffo Nina Horta, na Embrapa Feijão você encontrará boas informações.
    16 March at 16:27 · Like

  • Neiva Carmo … que tal saladas de feijao com tudo vegetariano??? saude a vista…
    16 March at 16:28 · Like

  • Tetê Penteado Aranha Campos Gosto do feijão que o paulista chama de “feijão carioca” (mas nao é feijão preto, é o rajadinho) e do feijao jalo. Temperado com alho e cebola, acompanhado de uma boa farofa de mandioca, hummm que delicia!!
    16 March at 17:02 · Edited · Like

  • Neiva Carmo E que tal  Bolinho de Feijao mineiro ou Acarajé baiano que leva feijao no bolinho??
    16 March at 16:49 · Like

  • Layla Fiusa Aqui em São Paulo o mais chique eh o feijão rajadinho!!!
    16 March at 16:58 · Like

  • Maga de Moraes Acho legal falar sobre o “feijão gordo”, que não é o feijãozinho do dia a dia, mas tb não chega a ser uma feijoada. É aquele feijão (preferencialmente feito com banha de porco) e algumas carnes, que podem variar entre pé de porco, orelha, carne seca, l…See More
    16 March at 17:55 · Edited · Unlike · 1

  • Bia Fonseca Do Lago Aqui no Rio só dá preto!
    16 March at 18:00 · Unlike · 1

  • Sueli Rosa Vieira Moema, tem uma pesquisa dizendo que o não gostar de coentro está ligado a um gen, para essas pessoas o gosto do coentro lembra sabão (acho que elas devem ter comido sabão em algum momento da vida, rsrs…), a Nina, com certeza deve ter outra explicação. mas não é só paulista não, pelo mundo afora tem mt gente q não gosta. eu gosto !!
    16 March at 19:46 · Unlike · 2

  • Monica Vogt Marques Feijão preto com camarão! Comida que minha avó fazia, agora minha mãe  e eu é maravilhoso!
    16 March at 21:43 · Like

  • Nina Horta Vai mandar a receita? Please!
    17 March at 02:09 · Like

  • Bella Talerman Zilbovicius na minha casa o preferido é o JALO dá melhor caldo,o preto só p/ feijoada e qdo faço “CHOLENT” a feijoada judaica junto vários tipos de feijão, gtão de bico e cevadinha, é uma delicia!!!
    17 March at 06:42 · Like

  • Carla Pernambuco Dobradinha com feijão branco da minha avó gaúcha-italiana de minisaia…
    17 March at 08:28 · Like

  • Pedro Matizonkas Poxa, esqueci do branco, corda, macassa, verde ou xb, cavalo claro, cavalo escuro,azzuki, pintobean,
    17 March at 10:30 · Like

  • Henris Creperia Artesanal minha mae usa muito feijão de corda….
    17 March at 14:31 · Like · 1

  • Carlos Leoni Aqui no Sul, em Porto Alegre, feijão preto. Feijoada mesmo não tem. tem feijão preto com farinha, couve, arroz branco e carne bovina.
    17 March at 15:50 · Like

  • Ashraf Klink Queridoca: meu pai libanês, o Comendador Jamil, adorava feijão. Mas o feijão  puro, só com uma ou duas pimentas dedo de moça frescas. Cortava a pimenta, devagar (e a gente esperando,pra começar a comer), em rodelas, e daí colocava o feijão de forma gen…See More
    17 March at 20:57 · Like · 1

  • Cynthia Antonaccio Olha Carolina Martins; poderiamos encaminhar o dossiê da Equilibrium Consultoria
    19 March at 01:12 · Like

  • Guaracy Mirgalowska Melhor feijao e o que  planto na minha horta. Fresquinho, fresquinho
    19 March at 15:18 · Like

  • Andrea Fraga d’Egmont oi, nina. veja o livro da danusia barbara, Feijão, editora senac rio, tem histórias e receitas excelentes. o projeto editorial foi feito por mim. bj
    19 March at 19:12 · Like

  • Pedro Matizonkas Receita  Prato fundo, pao tipo italiano amanhecido cortado em cubos, regue com muito azeite de oliva BOM , pitada de sal, cubra com caldo quente, soh caldo de feijao (qquer feijao) .. Vinho tinto para acompanhar vai bem  Bom Proveito
    19 March at 21:35 · Like

  • Gil Felippe Ainda dá tempo Nina? Não sei se interessa, pois é a receita que fazia durante todo o tempo que morei em Edimburgo na Escócia – aprendi a fazer com uma amiga inglesa, a Binnie Dale, que era a esposa de meu orientador de doutourado. Se servir, aqui fica a receita: BAKED BEANS
    225g de feijão branco
    50g de margarina
    1 cebola
    1 dente de alho
    400g de tomate
    8g de açúcar mascavo
    20 folhas de salsinha
    1g de sal
    0,5g de pimenta-do-reino
    Deixar o feijão de molho durante uma noite. Cozinhá-lo em água sem sal. Em outra panela, fritar, na margarina, a cebola picada e o alho amassado até dourar. Juntar os tomates em pedaços pequenos. Cozinhar em fogo brando por 10 minutos até reduzir o caldo do tomate. Adicionar o sal, o açúcar, a pimenta-do-reino moída na hora e a salsinha bem picadinha. Despejar este molho sobre o feijão e deixar em fogo brando por cerca de 40 minutos.
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Formas do gelo

Por Folha
19/03/14 03:00

São perigosas as esculturas de gelo: podem ser kitsches demais. Mas quando feitas por um artista não pode existir coisa mais bonita. Costumávamos fazer as vasilhas grandes, de gelo, para ostras, frutos do mar. Sempre com um paninho escondido debaixo do avental para secar eventuais pocinhas de água. O gelo custa a derreter e tem alguma coisa misteriosa e pura que é imbatível no drama da mesa de um bufê.  Quando é lindo, é claro. Quando é um cisne de pescoço torto, ui, ui, ui.

Tínhamos um senhor que trabalhava para nós, intuitivamente tailandês, que transformava melancias em ogros, rabanetes em joias e era obedecido pelo gelo, humildemente. Mas se americanizou, progrediu, começou a usar um tipo de trançado de ferro com um reservatório para a água derretida dos faisões alçando voo, que podiam pingar à vontade que a água caia na tal gaveta. Daí o feio era a geringonça que matava qualquer delírio artístico com sua funcionalidade.

Num país tropical, o gelo impressiona muito mais. Não há criança que tenha pegado o fim dos anos 40 com caminhões que deixavam quadrados de gelo sobre os muros, diariamente, que não se lembre da emoção das manhãs, com o gelo ao sol, granítico, silencioso, duro, brilhante, morto, pousado na paisagem. De repente o sol brilhava sobre ele, que se espatifava em facetas diferentes.

E a vontade, quantas vezes realizada, de estourar a pedra em pedaços no chão, junto dos tatus-bolinha, dos tufos de buxo de cerca, da espada de são Jorge, multiplicando a pedra em centenas de efeitos de luz. E no frio de junho, saía um vapor das bocas das crianças acocoradas junto ao gelo sonhando com o mundo de onde ele viera.

E daí o anticlímax quando eram aprisionadas nuns panos de prato para não queimarem as mãos e colocados na cozinha, na geladeira baixa, cotó, azul, com um compartimento de zinco ondeado para o gelo. Um cheiro de lata se elevava perfurando o cérebro.

Daí perdia a mágica, conservava as carnes, os peixes, até que no dia seguinte voltava a reinar com sua graça no Jardim América. Acredito que acontecia o mesmo em todos os bairros. E as mães se especializavam em sorvetes, granitas, musses, pavês.

Agora, com o calorão, o sorvete está cada dia mais cotado. No Nordeste, com aquelas sorveterias mil sabores, a concorrência não sabe mais o que inventar. Numa delas escolhem-se os sabores que são colocados numa pedra individual de mármore gelada e misturados ali, na frente do cliente, produzindo o sorvete customizado, com o nome de quem o inventou. Bom para bufê, também, os movimentos mágicos de picar o sorvete geladíssimo, misturá-lo com farofas e caldas.

Na Inglaterra, Bompas & Parr, dois rapazes bem malucos, alcançaram o máximo de sua glória com as suas gelatinas, gelos e formas. Entrem no Google, já existem dois livros deles, “Feasting” e “Jelly”, são exageradíssimos, mas podemos tirar ideias e as formas que vendem não têm iguais. Mas nem chegam perto dos antigos quadradões de gelo ao luar.

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Quiz

Por Nina Horta
12/03/14 10:04

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Jewish foods

 

http://www.listchallenges.com/jewish-foods?ref=share

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Implicâncias (de mãe e de Carnaval)

Por Folha
12/03/14 02:00

Somos muito implicantes. Falamos mal da transmissão do Oscar todo ano, não queremos assistir aos desfiles de Carnaval pela TV porque é um tédio. Falta de paciência nossa.

Lutei pela volta do Carnaval por um quarto de século, ele voltou com tudo, agora passo aos leitores a tarefa de não deixar que se perca muito da tradição, senão os desfiles podem virar o Cirque du Soleil.

Os escolhidos para a transmissão da TV foram simpáticos, normais, não acharam necessário revelar toda a estirpe da Nenê do Belenzinho. Sem contar um senhor muito afetado, cruzes, que pode ficar em casa da outra vez.

Mas, o que estou fazendo, meu Deus, a coluna pede comida e lá vou eu —sabe-se que Carnaval não combina com comida. Nada como um livro para se reler nessa época. Philip Roth, de vez em quando tenho saudade dele e o primeiro livro que li, há séculos, foi “O Complexo de Portnoy”. Causou polêmica, vívido, brilhante, linguagem mais que ousada, um stand-up de autodepreciação, humor judeu. E a descrição da família e, o que nos interessa mais, a mãe judia, uma das melhores descritas em literatura, a definitiva, a mais dramática, manipuladora e adorável, que zelava por tudo que entrava e saía da boca de seu caçula. Invasiva, nem um centímetro de liberdade, repressora, e todas as culpas do mundo vão se acumulando no caráter do  seu pequeno príncipe.

Quando chegava do colégio, ela acabara de preparar seu leite com biscoitos, coisa que o fazia pensar que ela e a professora eram a mesma pessoa, que se transformava diariamente. O pai era “gauche”, a mãe formidável demais. Sabia fazer tudo. Gelatina, por exemplo, com os pêssegos flutuando nela, não ficavam presos no fundo, desafiando a gravidade. Um bolo de banana que era a própria banana. Ralava sua própria raiz-forte, chorando. Prestava uma atenção total no açougueiro para que passasse a carne na máquina kosher. Tentava proibir comidas fora de casa, especialmente hambúrguer com batatas fritas.

O filho obedece, faz tudo completamente dentro dos padrões, mas, sem saber o porquê, não há jamais um mês em que ela não o castigue, e que ele fuja de casa até a esquina, e que volte pedindo perdão, “perdão de que mesmo?”, pensa ele, e prometendo ser o melhor filho do mundo por todo o resto da vida.

Mas havia as noites em que ele se recusava a comer. E comer vai fazer bem a ele, e ele recusa. Quer ser um menino magrinho a vida inteira ou virar um homem de verdade? O que vai ser quando crescer, fraco ou forte, um sucesso ou um fracasso, um homem ou um rato? Ele responde que só não quer jantar naquele dia. E a mãe se senta ao lado dele com uma faca de pão, dentes serrilhados e afiados.

O que, uma faca? E ele tem seis anos, não sabe guerrear ainda, não entende as estratégias de uma luta. Se ele não comer ela vai matá-lo! Como? Depois de tantos elogios ao seu potencial, à noite, só porque recusou umas vagens e uma batata assada, ela quer enfiar uma faca no seu coração?

E o que havia no mundo que não fosse saturado de perigo, pingando micróbios? Vai tentar resolver tudo no analista. Um livro de 1969, mas novo em folha.

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