Os reis da farofa em francês
06/08/14 02:00Farofa, farinha, frigideira, frisada, frita, fritada, fúlvida, fundamental, fundadora farofa. Vamos deixá-la um pouco no livro do Dória e voltamos a ela na semana que vem. Há outros ensaios no livro, que não comentamos, muito interessantes.
Mas eis que chega a República totalmente afrancesada e, por um tempo, nos julgamos franceses. Os barões do café, do cacau, do açúcar, do isso aqui, isso acolá, confundem-se. Não enxergam mais o Brasil, eis que a França é aqui. “Comprava-se no Parc Royal, no Bon Marché”, lia-se em francês, falava-se francês, até o nosso bom Portugal era esquecido. Que bando de jacus a imitar uma terra que não era deles.
Há um livro bonito, interessante, do qual já falei, de Lucia Garcia, pela editora Imprensa Oficial, com a coleção de cardápios de Olavo Bilac. (Uma inveja, era uma coleção pela qual me perderia, importante, não era bobo o poeta.)
Pois é, tinha tempo de colecioná-los, lindos, sedosos, caprichados. No Brasil os banquetes tiveram menus em francês e foram servidos à francesa. (Me comovo com os garçons, sempre iguais a espiarmos através dos tempos, com o mesmo uniforme e mesmas bandejas, atentos. Me parecem os mesmos, desde a chegada de Cabral.)
O banquete, escrito em francês, servido à francesa, começava pelos “hors d’oeuvres” colocados na mesa e continuava com uma levíssima sopa, a “potage”. Logo depois dela o peixe. O “relevé de poisson” (badejo e robalo, os mais fiéis), geralmente com alcaparras. Depois o “rôti”, prato principal. Eram as “côtelletes de mouton Villleroy”, “aspics” de foie gras (o foie gras jamais era esquecido, os espertinhos),os “asperges sauce mousseline”.
E as “entremets”, sobremesas geladas e o “dessert”, os doces e frutas propriamente ditos que espoucavam junto ao champanhe e os discursos.
E os reis da farofa comiam em francês até as velhas francesas cheias de “krankheit”. Nada de crioulas. Na terra em que tudo dá só se comia aspargos e trufas, bisques, crevettes, galantines. (Tem cabimento?)
Acho bem interessante os intraduzíveis. Dou risada ao ver um inhambu apertado na gaiola francesa. Seriam considerados chiques ou não haveria palavrório francês para eles?
A canja vinha como canja mesmo, o inhambu trufado, a galantine de macuco, também trufada. A canja provavelmente também era de macuco ou inhambu. Muito sem criatividade os menus. Comia-se sempre a mesma coisa e, lendo-se os cardápios do Itamaraty de hoje, continuamos com os jambon de York, as vitelas, o roast beef.
Mas, apesar da falta de inventividade, o peru, “dindonneau”, era sempre recheado à brasileira (acho que era lá que se escondia a farofa), quando não eram “farci aux marrons”. Muita lebre e muita perdiz e um bijupirá à la tartar, perdido no meio dos linguados.
Chartreuse de inhambu à la Perigord era comum. E havia o footing nas ruas, as confeitarias, o sorvete e o chá. Cada vez mais a elite se afastava da farofa, afinal estavam no Brasil por acaso.
Não faltavam os que se riam de nossa estrangeirice. Devagar com a louça, imploravam eles! Hoje, devido a chefs denodados e escritores preocupados, parece que estamos dando um passo verdadeiro para nos orgulharmos dos extintos macucos.
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O texto devia trazer glossário no final quando desembesta a falar estrangeirismos ; Joana d’Arc coroou o rei da França em Orleans ( contra a vontade do totalitarismo ateu ) e perseguida morreu qual mártir : a casa real destas terras é de Orleans e Bragança. Não que seja daqui mas veio para cá. Os limpadores de rua trazem escrito nas costas Gari ( nome de um francês que criou empresa de limpar rua tz porque ‘gar’ seja rua em fr. ). Outro dia premiaram Niéde Guidon como grande antropóloga. Levi-Strauss fez pesquisa aqui direto. O 14 Bis foi levado para Paris afinal lá que voou mas o dinheiro era daqui. Pasteur tb foi auxiliado pelo imperador. Buarque é beau arc, belo arco. Guiana situa-se neste país que soma as Guianas outras em uma Grande Guiana. Portu Gal é porto dos Galos, Gauleses, Galícia = Gália. Etc.
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Pastel Imortal
Todos os dias da semana passam e eu continuo a pensar naquele pastel. Aquele pastel que comi uma vez em um carrinho itinerante. O pastel era grande, recheado de frango picado. Peito de frango. Ao molho acho que de… vinagrete. Muito bom aquele negócio. Acho que tinha um pouco de requeijão cremoso também.
Foi em uma manhã virada, de ressaca. Olhei aquele pequenino trailer e senti o cheiro de fritura indistinguível. O cheiro do pastel encharcado de óleo. Pedi um de frango. Esperei cinco minutos, que pareceram trinta segundos. Recebi o invólucro. Estava molhado de gordura.Comecei a salivar. Mordi, uma fumacinha escapou pelo buraco fumegante. Lá dentro, centenas de pedaços de frango agitavam-se ao toque de meus dedos na fina massa esbugalhada do santo salvador de estômagos estragados e carentes. Devorei o alimento.
Foi primordial.