Faça você mesmo por quê?
26/02/14 03:00As coisas vão acontecendo, mas me dá uma preguiça de tentar entender. Uma delas é que a pérgola do Copacabana Palace reabriu com comida oriental. Justamente o cartão de visita dos turistas…
Não vai dar um nó na cabeça deles? Vir ao Rio para comer wonton?
E assisti a um documentário sobre venda de maconha no Colorado, mamma mia, não era proibida até ontem? Hoje são lojas sofisticadíssimas, com pacotinhos de mínimos a grandes, atendimento de magazine de luxo, espaços-estufas para perpetuar aquela planta que mais te agrada, assistentes delicados orientando se é para apaziguar ou animar. Admirável mundo novo do mês passado até hoje!
E a onda de artesanato na TV.
Para quem viu a TV nascer, o ensino do artesanato era uma coisa diária que funcionou por décadas, geralmente na sessão da tarde, para mulheres. Ensinava-se de tudo
um pouco. A cozinhar, a limpar a casa, a bordar e costurar, tricotar, fazer bijuterias, buquês de flores. Sabonetes e caixinhas eram hits absolutos. Não existia quem não tivesse em casa um montão de sabonetes que não se tinha coragem de usar tal o carinho, cuidado e perfeição das pinturas.
E havia também os horrores, vade-retro, muita coisa kitsch e inútil. Quase tudo. Daí veio a época do sexo na TV, muitos programas que tratavam de sexo com toda naturalidade, e psicólogas ensinando como lidar com relacionamentos. Nem sei se alguém já escreveu sobre todas as Marias, Helenas, Ophelias, Claudetes, Marthas, Clodovis que iluminaram as tardes do século 20.
O artesanato foi sumindo devagarinho, mas agora volta disfarçado sob a capa de aproveitamento de material, de sustentabilidade. São mulheres que, num piscar de olhos, transformam nossa casa numa vitrine. Fico só pensando o que fazer com tanta coisa sustentável. Vão sendo transformadas em outras tantas coisas também sustentáveis? O balde que vira vaso, o vaso que vira cesta, a cesta que vira cinzeiro, o cinzeiro que vira garrafa PET de novo?
Reparem como A Casa se valoriza a cada dia na TV. Programas que arrumam nossos armários, que ensinam a dobrar roupa, a encerar o chão, a fazer um banquinho, um leque, um forro de mesa, um prato de parede de cacos coloridos. Moldes de roupa, há quanto tempo não via um molde! E quarto de criança, haja borboleta.
O que é que é? Tanta coisa industrializada para comprar, que não dá trabalho para fazer, que não é preciso ir a um lugar especializado atrás de telas, réguas, tintas, estiletes, alicates…
Por que depois da prata e ouro queremos comer no barro? Por que bem na hora dos computadores que nos dão tudo de mão beijada, vetores de mudanças e revoluções, resolvemos fazer nossas roupas de cânhamo tecido em casa? Do foie gras ao fígado de galinha na churrasqueira? Enjoamos de nós mesmos ou da nossa caça infindável pelo novo e diferente?
Vamos acabar fazendo sozinhos nossa minicasa de papelão, como um origami precioso? Não sei se vai dar, onde colocaremos a cozinha gourmet ou a churrasqueira? Homo faber as mãos coçando para trabalhar no pesado e criar calos. Homo ludens procurando divertimento. Difícil saber.
Olá boa tarde, trabalho com Publicidade e tinha um Escritório e não estava gostando muito do lugar onde estava, quando comecei a procurar um bom lugar com endereços privilegiados e quando vi uma matéria sobre Cowork e gostei, hoje estou na Gowork.com..br eles tem escritórios em todos os bairros mais privilegiados faria lima, Funchal, paulista, Itaim bibi todos esses lugares posso usar como se fosse meu escritório passa muita credibilidade a minha empresa
Eu recomendo e aprovo muito bom vale a pena experimentar
Gostei demais do texto, Nina, parabéns, excelente! :.)