Padeci com o calor, vamos dar graças a Deus que ele amainou. Sair para comer novidades? Nem morta! Livrarias? Impossível….

E além de tudo estou quebrando a cabeça para saber como ter leitores para os posts. São vocês, do Facebook, que me lêem. (Tem 2 “e”, tem acento?)E para isso é preciso que entrem na Folha. Parece que quem não é assinante não pode entrar. Acho justo, o jornal produz o conteúdo, quer que seja lido nas suas páginas. Vou tentar resolver, pois escrever para ser lido por 20 pessoas não compensa, realmente. E sempre que escrevo alguma coisa gostaria que lessem, senão, qual a graça?

Bem, para não parar, quase parando, vamos a um email que uma leitora poetisa me mandou.

Tem um nome que já sugere poesia – Fernanda Trigo. Achei bonito.

Quando voltar à cozinha

Pra que a casca

Se a fruta se descasca

Pra que fruta

Se a polpa está pronta

Pra que polpa se o suco é de caixa?

Porque mais trabalho

Se o tempo é pouco

Por que o fogo

A micro-onda é o atalho

Por que cru

Se a boca cansa

Por que fresco

Se a drágea se lança

Se tem casca

É porque faz parte

Se tem polpa

É da fruta

Se está na caixa

Já teve brilho

Já teve forma

Perdeu a essência

Perdeu a graça

Se não tem tempo

Refaça o plano

Se tem a onda

Aproveite a praia

Estenda a hora

Acenda o fogo

Deixe a mesa posta

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Recebo muitos livros diariamente, coisa que adoro. Acontece que só de pegar o livro já sei como é e até posso adivinhar o que está escrito dentro dele.

Hoje recebi um, embrulhado para presente com fita e tudo, coisa que já me intrigou. Tinha todos os defeitos que me deixam bege. Grande, quadrado, pesado, cheio de fotos de família.

O nome ”Receitas que alimentam a alma.”  Gosto de receitas de alma, isso eu gosto, mas se vem acompanhado de muita tranqueira já não dá nem para ler.  Tinha fotos grandes de comida e texto despudorado. Sabem o que chamo de texto despudorado? Aquele que não tem medo de crítica. Fala de coisas que não se usam mais. Agora as palavras chave são “violência”, “vândalos”, “assaltos”, pois não são? O livro poderia ser pequeno, facilmente manuseável, foto da comida e texto, que já seria bom.

 E o autor  chama-se Eduardo Mina.  Suas palavras preferidas,” amor, fé, amigos, tradição, alegria.”, que escreve em página inteira com letra bem grande.  Fui às receitas. Pelo jeito é de família portuguesa e as receitas, para mim, soaram excepcionais. Sei que vou experimentá-las todas, fáceis, gostosas, levam coisas que nem são politicamente corretas na cozinha, como leite condensado de lata. Já as conhecemos, mas esquecemos sempre delas. Outras são surpresas agradáveis.

Vou fazer já:

Bolinhos de bacalhau, tostas de vinho,  sopa de cavalo cansado, rijões,, pavê?, lembram-se de pavé?, bacalhau com leite de coco,( chegou a calhar, só comi uma vez na vida e nunca me esqueci), patanisca de bacalhau,, salada de grão de bico com bacalhau, , sagu com vinho, batatas ao murro, (adoro batatas ao murro, não sei se são iguais às dele, mas adoro), frango moreninho, eia, Tostas à moda de Canelas, opa, para mim, é um puro e desavergonhado livro de comidas da alma.

Cada alma tem suas fraquezas, não sei se serão comidas de alma para vocês, para o Eduardo Mina, são, e para mim, também.

Receita da SOPA DO CAVALO CANSADO

Para os dias de grande labuta, os pais faziam sopa de cavlo cansado, servida antes do jantar e do rápido cochilo. Fortificante tanto para o corpo como para a alma,  como Alberto descobriu mais tarde no decorrer da vida.

Ingredientes

Vinho verde tinto a gosto

Broa de milho a gosto

Açúcar a gosto

Modo de preparo

1-Cortar a broa em pequenos pedaços e colocar em um tigela.

2 – Acrescentar o vinho e o açúcar e misturar muito bem. Servir em seguida.