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Nina Horta

Perfil Nina Horta é empresária, escritora e colunista de gastronomia da Folha

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Slow Food 2 Continuando...Salone del Gusto

Por Nina Horta
27/06/13 12:13


Tinha todos os sinais óbvios de gastronomia: guias de vinhos para compradores entusiasmados, guias de restaurantes para turistas culinários, e um encontro de degustação de vinhos, o Salone del Gusto onde gourmets e futuros gourmets podiam experimentar vinho, queijo, produtos de porco e outras especialidades.

Era de se esperar que fosse saudado com alegria por muitos de nós que adoram
pensar sobre o assunto e adoram mais ainda comer a comida boa. Mas, o Slow Food,
dizem seus defensores, leva a gastronomia a um nível mais elevado. Algo como uma religião dos últimos dias e um programa político, afirmando que essa versão da gastronomia nos salvará dos problemas já conhecidos associados à modernidade.

O Slow Food se apoia sobre a revelação de que a procura do prazer protege
o entorno, cria uma agricultura sustentável, preserva patrimônios históricos,
e aumenta o bom, o verdadeiro e o belo, além de ter o potencial de nos salvar
de nós mesmos. Corby Kummer, um dos mais importantes cronistas de
comida americano nos diz que tornar-se membro do Slow Food é tomar
o caminho certo ; comendo bem estamos fazendo o bem.

Albert Sonnenfeld, professor de francês na Universidade de Colúmbia, e editor de uma série de livros importantes sobre a história da Alimentação explica que a mesa é um altar que oferece ao devoto a a preservação dos direitos humanos e do ambiente.”

A reverenciada fundadora do restaurante Chez Panisse, afirma que o Slow Food
nos ensina “compaixão, beleza, comunidade e sensualidade.” Mario Batali, do famoso restaurante Babbo em Nova Iorque faz um elogio mais espirutual, religioso, quase
(mais religioso, até do que qualquer outra religião) ou seita que eu já tenho sido
convidada a entrar. E Carlo Petrini, o empresário que fundou o Slow Food e cujo livro estou revisando nessa página, conta a história e a agenda da organização e comanda o coro – “face a face com os excessos da modernização, não estamos tentando mais
mudar o mundo, e sim, somente salvá-lo.” Salvar o mundo dos excessos da modernidade simplesmente por nos tornarmos gourmets parece bem tentador. Nenhuma dor, só ganhos.

Mas será muito bom para ser verdade? A modernidade terá feito seu serviço?
É a hora de voltar à tradição e herança como uma resposta “avant garde” ao campo minado da modernidade? Era isso que eu esperava encontrar no livro de Petrini.

Apesar de ser um livro que me deixa furiosa, pomposo, auto elogioso, cheio de retórica, curto em argumentos e mais curto ainda em provas – com algum esforço é possível discernir o que Petrini quer. Mas, primeiro temos que ver o que quer dizer Modernismo culinário, que segundo Petrini é um movimento evidentemente falido. O modernismo culinário tem aspectos muito interessantes mas o mais relevante, aqui, é que trouxe o fim, pelo menos no Ocidente, a um sistema de comida de dois níveis. Isso sempre existiu em todas as sociedades desde o começo das primeiras cidades. O nível superior, dos ricos e poderosos, comia carne e os grãos mais importantes, como arroz e trigo. O nível mais baixo , os pobres que compunham 80%por cento da população sobreviveu através de grãos menos desejáveis como aveia, mileto ou milho, com um ocasional pedacinho de carne para alegrar suas mesas.

No século 19, na Inglaterra e nos Estados Unidos o interesse dos pobres e dos poderosos coincidiu pela primeira vez. Os poderosos começaram a aceitar teorias políticas mais igualitárias, assim como a necessidade de um cidadão bem alimentado para trabalhar nas fábricas e exércitos E como a democracia não tinha muito valor se não se pudesse comer o que antes fora apenas dos ricos, os pobres começaram a pedir uma dieta melhor.

A coincidência de interesses levou os governos a adotar políticas para fazer com que o trigo e a carne, até então as comidas de prestígio reservadas para os ricos, fosse acessível a todos. O modernismo culinário deu outra forma ao mundo.
Os colonizadores se apropriaram das terras de pasto da América do Norte, Argentina, Austrália e Nova Zelândia para plantar trigo e criar gado para centros urbanos distantes. Migrantes foram do campo para a cidade e da Europa para colônias de além mar.
O tamanho das terras sendo cultivadas elevou-se. Os mercadores abriram novos canais comerciais e instituições que permitiam que o trigo e a carne fossem levados aos mercados.. Inventores, industriais descobriram novos meios de processá-los.
A vida das pessoas mudou na Inglaterra e nos Estados Unidos, ao acharem normal o pão branco e a carne assada, coisa que seus antepassados só tinham ouvido falar.

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    ôi, Nina. O problema dessa autora é que ela revela uma enorme ignorância de História, e, mais grave ainda, fica falando de supostos fatos históricos como se os conhecesse, ou como se ele realmente existissem, quando são na verdade criações equivocadas e tortas de seu raciocínio, destinadas a provar seus superficiais pontos de vista.

  30. Tereza Santos comentou em 29/06/13 at 9:06

    Olá Nina,
    Tudo bem? Como vc está publicando uma série de traduções sobre o mesmo tema, gostaria de sugerir que colocasse uma pequena nota em cada texto esclarecendo isso. Cheguei a esse texto e só depois fui entender que se tratava de uma tradução e não de um texto seu.
    Obrigado pelo trabalho que vc está fazendo de trazer para nossa língua essa discussão.
    abraços,
    Tereza

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