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Nina Horta

Perfil Nina Horta é empresária, escritora e colunista de gastronomia da Folha

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Lá e aqui

Por Folha
29/05/13 02:03

Quando era menina, não ligava a mínima para a cozinha lá de casa, simplesinha, muito bem-feita e repetida. Não ligava a mínima é modo de dizer, comia tudo com muito prazer, mas só achava interessantes as belas fotos das revistas americanas. Comprava as mais bonitas e famosas da época (“Ladie’s Home Journal” e “Good Housekeeping”) e me deleitava com as receitas perfeitas, as dietas semanais, os contos de novos escritores, a diagramação, a ótima fotografia.

A meu favor, aqui não tínhamos nada a não ser o “Dona Benta” e o “Rosamaria”. Em casa, preferia o “Rosamaria”, que, assim mesmo, tinha um índice terrível e receitas que supunham um prévio conhecimento, pouco, mas prévio, e não era um manual para “dummies” como eu.

Com o tempo, fui intuindo que a comida brasileira é que havia de ser pesquisada, feita, escrita, e aí, durante mais de décadas, tentei fazer isso contra a onda ou o tsunami de escritos e livros e pesquisas e teses de comida em outras línguas e nada na nossa.

Hoje, num terreno mais confortável, continuo sabendo da importância de nossas tradições e raízes, nem é possível para mim desviar delas, nem… da vida alheia. Seria muito hipócrita se rejeitasse a comida de outros países em prol de uma tradição que começou a ser recuperada muito tarde.

Que me importa que tenha sido mordida pelo consumo desde a mais tenra idade. Ia para o largo da Batata e me tornava japonesa. Fiquei amiga da Odete (Adati Kajibata) das verduras, que verduras! E levei uns seis anos para conseguir conversar com o menino que as separava para mim. Quando conseguimos conversar, ele mudou de emprego por causa das varizes e precisei começar tudo de novo.

Havia o peixeiro com o aquário de peixes vivos, o momento de cumplicidade com a japonesa de perninhas tortas e pés pequenos, que perseguia um bagre que saltara na calçada, ajudada por mim, que considerava aquilo o máximo em matéria de outro.

E a louça, a louça me enlouquecia, potinho para cá, potinho para lá, quando ainda não tínhamos nada bonito em matéria de louça nacional.

Foram anos e anos de aprendizado de japonesices e chinesices.

Sei que a minha “autenticidade” no ramo, apesar de toda a pesquisa in loco, faria rir alto um mandarim, mas e daí?

A comida tailandesa, por exemplo, me encanta. Parece que nasci por lá mesmo, comendo arroz grudento com manga, o que posso fazer?

Então, sossegada quanto aos rumos da cozinha brasileira, com muita gente a tomar conta dela, deixa eu me jogar na melhor das sopas tailandesas neste friozinho, sem sentir o menor remorso quanto ao caldo de fubá com cambuquira ou à sopa de feijão com claras de ovos picadinha por cima ou “croûtons” bem fritos em azeite.

Claro que tudo começa com a compra, não tem outro jeito. Vamos à Liberdade e compremos primeiro um vidro de molho de ostras ou de peixe. Confiem, tem o cheiro do chão do inferno, mas, misturado à comida, faz brotar sabores insuspeitos. É só.

A receita de duas sopas está no blog. Espero que tomem coragem e experimentem, claro, sem esquecer que a sopa de feijão é uma das melhores do mundo.

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