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Nina Horta

Perfil Nina Horta é empresária, escritora e colunista de gastronomia da Folha

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As agruras de um buffet

Por Nina Horta
19/05/13 16:06

Tá bom, vou continuar falando sobre buffets porque pediram, mas no último post entraram pouquíssimas pessoas. Acho que não faz mal, fica aqui para consulta.

Quem  entra para o negócio de buffets pode estar querendo ganhar muito dinheiro ou viver uma vida de aventuras. Geralmente, consegue só o segundo item, mas já é alguma coisa.

Lembrem-se que estamos falando em buffets sem teto, aqueles que vão aos lugares das festas, posição bem mais difícil do que o dono de um bonito e confortável espaço, sempre igual.

Só para rir um pouco vamos nos lembrar por emoções que o buffet sem teto passa.

Em primeiro lugar o buffet pode ser chamado por todo tipo de pessoa. A menina que ainda não tem namorado e quer fazer a experimentação da comida para o seu eventual casamento.

A firma que pede a festa pela secretária que não tem noção do que é uma festa e acha o patrão um deus. Se ele pediu, por engano, empadinha de ostras ela não arreda da idéia das ostras e da empada até o minuto em que o próprio patrão diz que foi erro de digitação.

O cliente médio, que não quer nada muito caro, nem muito barato, mas uma festa com comida gostosa e sem muito aparato.

O cliente riquíssimo que precisa ter tudo do melhor e que seleciona cada palito antes de fechar o negócio.

Com o tempo o banqueteiro vai formar sua clientela de acordo com o que gosta e sabe fazer melhor. Alguns se especializam em casamentos, outros em jantares, e assim vão afiando suas capacidades de controlar as bombas, as minas explosivas que cada situação pode conter.

Vejamos algumas:

Até já falamos nelas. O trânsito e a ponte que caiu entre a cozinha e a festa.  É de enlouquecer. Tínhamos uma cozinheira muito sábia que dizia “Se estamos presos  os convidados também estão. Não há razão para pânico.

Chegando ao melhor prédio da cidade para a festa mais badalada do dia percebe-se que o elevador está ocupado para outra festa e que não ficará livre até meia hora antes do horário do jantar. Quantas vezes vi meus funcionários subindo escadas com todo o material por causa de mal entendidos desse tipo.

Ou que os caminhões foram proibidos de chegar até a porta da cozinha da fazenda e devem para a um quilômetro de distância para não amassarem a grama que foi plantada no dia anterior.

Os dois caminhões partem com os endereços errados. O de Campinhas vai para Alphaville e vice versa.

O rapaz que se ofereceu para levar os docinhos e o bolo no seu carro para que nada acontecesse despenca numa ravina. (Mas, tão simpático que desaba agarrado ao bolo e não acontece nada.)

A festa que vai mostrar a comida de Recife para 500 convidados. Ao chegar na cozinha vê-se  que está fechada e que não abre para visitantes.  No caso conhecer o presidente da instituição é uma sorte sem feitio.

Essa é muito comum, mas graças a Deus nunca nos aconteceu. Chegar com a festa completa exatamente uma semana antes da festa.

O festeiro precisa se acostumar com a ideia de que tudo que acontecer na festa foi culpa dele. Acontece que os outros fornecedores como os floristas, os que constroem a tenda, o homem do gelo, etc etc, vão embora, e os festeiros ficam até o último segundo do fim.  Sobra para eles.. Depois de toda a louça contada, assinada, separada, somem 200 garfos durante a noite. Quem foram os culpados? O buffet….

Coisas em que ninguém pensa:

Que as poéticas festas fora da cidade podem trazer problemas insolúveis, como:

Tempestade, com a avó sendo arrastada pela correnteza no riacho, ao tentar descer do carro.

Calor insuportável que faz murchar as flores e que vai assar o pessoal da cozinha antes que o peru esteja assado.

Erro humano – ex-  todo o talher deixado na cidade e a hora do casamento chegando. Tudo arrumado, mesas postas, convidados com fome… e o talher vem vindo de Fusca velho…. Só a juíza pode salvar chegando com 3 horas de atraso. E chega. Mas o buffet nunca mais será perdoado por sua atitude antipática. Cada vez que choravam por mais demora da juíza o buffet ria perdidamente de alegria. Afinal sempre juíza e talheres chegam juntos.

Quem escolhe a profissão gosta da idéia de adrenalina, da atenção constante, do bom resultado final apesar das dificuldades. Outros procuram lucros, outros querem ser donos do próprio nariz.

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Comentários

  1. Pingback: jeremy scott shoes

  2. ze comentou em 21/05/13 at 11:21

    Três dias, no primeiro a raposa entra e sae do galinheiro e no segundo tb mas no terceiro ela está gorda demais e fica presa na porta, buraco, passagem. É o juízo final.

  3. diego comentou em 20/05/13 at 20:01

    eh isso ai!!! essas e outras historias sao culpadas pelo meu Rivotril….mas quao grafificante eh…o final da festa..a satisafacao de atingir as metas…bater no caminha lotado de comida e dizer que pode ir…mto recompensador

  4. marion cymes comentou em 20/05/13 at 16:35

    Nina, como sempre tudo que você escreve tem muito charme e muito de você. Este especialmente é hors concours! Beijos e saudades.

  5. Cecilia Puntel Motta comentou em 20/05/13 at 10:24

    De fato Nina, buffet como negócio é para fortes. Beijos

  6. alexandre martinez ignatius comentou em 20/05/13 at 9:59

    Aniversário de criança para 150 convidados e 500 espetinhos para assar.. Caí o maior temporal e inunda a churrrasqueira que é de alvenaria…sorte que tive tempo de cobrir a chaminé e terminar a festa, somente com pouco atraso…Mas o melhor foram os amigos que ganhei nesse período inesquecível da minha vida…

  7. Miriam Frade comentou em 19/05/13 at 22:55

    Só faltou falar do garçom bêbado, que tomava todos os restinhos de todas as taças e copos de bebidas que recolhia prá lavar!!! Kkkk este aconteceu comigo em uma festa!!!
    Beijos, Miriam.

  8. Greg comentou em 19/05/13 at 20:07

    Isso quando da uma cozinha pra gente cozinhar! Sempre somos colocada nos piores lugares é ainda quer milagre!
    Beijão Nina, Saudades…

  9. Roberta comentou em 19/05/13 at 19:52

    Nina que ótima matéria vc abordou assuntos ótimos e um pouco mais, parabéns !!! Sei bem o que é passar por essas situações.

  10. gabriela klink comentou em 19/05/13 at 19:44

    Como sempre, Nina querida, um delícia ler o que vc escreve. Simples assim….

    ps. uma vez fizemos uma festa numa casa na represa de Guarapiranga, a quilômetros de qualquer vendinha de beira de estrada….e esquecemos o sal. E , adivinha,para dar mais emoção o da casa tinha acabado. E o da caseira só foi liberado depois de muita conversa e um contrabando antecipado com todos os docinhos da festa, para ela experimentar… nessa hora ela fez um intervalo na manicure dela, e gentilmente trocou um pote de sal por um prato de doces….

  11. Maria Emília comentou em 19/05/13 at 19:43

    Não êh sopa nem Nina? Ótimo!

  12. christina comentou em 19/05/13 at 19:40

    nossa, nina, quem vê como “usuário” nem imagina quanta coisa pode acontecer de errado. sempre parece que tudo está sob controle. precisa muito sangue frio, de agente da CIA.

    • Ana Claudia comentou em 19/05/13 at 20:16

      Nina ,quantos anos vc vive nessa aventura ?
      Precisa ser muito competente .
      formar uma equipe nao deve ser fácil ,com certeza .
      Já tive oportunidade de fazer uma festa contigo e estar presente em outras que vc promoveu.
      Aliás tudo vc faz muito bem .Abraço

  13. ze comentou em 19/05/13 at 18:05

    É uma espécie de juízo final, a pessoa diante da comida e da falta dela no caso, o sofrimento, a angústia, a fome, a culpa da juíza, o vício de comer todo dia no almoço.

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