Problemas de um buffet sem teto.
01/05/13 14:20Um problema grave de trânsito, uma ponte caída ou fechada com um desastre. Daí a necessidade de se sair muitas horas antes. Na maioria dos buffets, todos os que vão trabalhar devem estar no lugar no mínimo 4 horas antes quando a festa é na mesma cidade, e em festas fora da cidade, conforme a distância e os preparativos, um dia antes.
Falando a pura verdade a maior qualidade de um festeiro é rapidez de raciocínio, criatividade, para contornar bombas relógio antes que elas estourem e estraguem a festa.
Tudo pode parecer exagero, mas não é.
Uma grande empresa, mundialmente famosa, resolveu abrir uma fábrica em Ribeirão Preto. Na época estava em voga uma bolha. Isso mesmo. O dono da festa arranjava um lugar plano e os donos da bolha de um material que não me lembro, mas leve e flexível, a enchiam de ar um dia antes. Cabiam 1000 pessoas naquele espaço que funcionava como um restaurante. Só que a brigada nunca havia trabalhado num balão. A visita técnicas era impossível, pois a bolha só era enchida na véspera e ficava lá deitada no chão como uma lagoa sem água.
Quando foi chegando a hora da festa via-se as ansiedade dos donos da bolha. Ela não se enchia quando ventava. O mundo tinha que estar parado por alguns momentos. Mas foi enchida.
E como era a porta? É claro que teríamos que ter pensado que a porta não poderia ficar aberta nem se abrir a toda hora pois o ar escaparia. Os garçons se comportaram como atletas de esportes perigosos. Se jogavam com as bandejas no abismo absoluto, escuro, pois as portas eram dobradas de tal jeito que não se escapasse uma gota de ar a cada entrada deles. E não era um coquetel, era um jantar de mesa posta!
Mas, perguntariam vocês. Por que teriam que entrar? Já não estavam lá dentro? Não! Na última hora foi proibida a entrada de fogões na bolha. Como cozinhar para mil pessoas sem cozinha? Foi armadas fora, ao ar livre (ufa), e os garçons entravam com as bandejas prontas para aquela loucura. Todos nós havíamos avisado aos parentes que se ventasse muito deveriam olhar para o céu e se despedissem se vissem um enorme, inacreditável balão singrando os céus.
Outro grande perigo são duas festas ao mesmo tempo e os caminhões levarem a comida de Campinas para Bauru e a de Bauru para Campinas. Mesmo que não seja toda a comida, mas um prato principal, os acompanhamentos de outro, extremamente aborrecido.
As chuvas e tempestades que alagam a rua, carros boiando, convidados telefonando que não vão poder chegar.
Travessias de balsa complicadas, mudanças de maré em ilhas, ai, meu Deus, melhor mudar de assunto.
O casamento na casa que está para alugar e que os donos resolveram lavar tudo e ainda encher a piscina. Resultado, festa sem água. Aliás, festa sem água acontece muito, já tenham no bolso o telefone do carro pipa.
São problemas complicados e que devem ser evitados a todo custo. A visita técnica deve se prolongada, a conversa grande, as perguntas muitas para que se tente evitar problemas que podem acarretar o fechamento do buffet. Nada menos do que isso!
E virão outros problemas, logo depois, como as artes de Juca e Chico.