JABOTICABAS, PÃO, FLORES e ALEXANDRA FORBES
21/11/12 01:06Nunca tenho fotos, arrebanhei essas para dar um colorido, ilustrando a coluna de hoje.
E surpresa das surpresas, quando no dia seguinte levantei (bem tarde) para tomar o café da manhã, adivinhem, tinha chegado, de presente para mim, um pão MAGAVILHOSO, quente ainda, casca grossa, miolo saboroso, me matei de comer. Feito por quem? Luiz Américo, insigne crítico de comida do Estadão, de hoje em diante o meu melhor amigo.
Deus te abençoe, Luiz Américo, você é padeiro de verdade, e salvou meu feriado, era pão para não botar defeito.
Mas, que excesso de feriados! Tanto feriado atrapalha o lojinha, confunde a semana! Alimenta a preguiça de nós todos… Fiquei até enfarada de tanto ler. (“enfarada” é palavra velha, velha, procurem no Google, vocês, crianças!)
E adivinhem uma leitura que adorei? A página de cozinha, ou melhor, de comida do New York Times que foi traduzida pela Folha, na segunda feira, 19 de novembro.
Um exemplo de página boa de comida. Assuntos interessantes, nada para mudar o curso do Ocidente, mas artigos que li com prazer, bem escritos. Um ensaio de Peter Wells sobre os menus-degustação, que podem virar armadilhas. A história da cozinheira Daniele Delpeuch que era chef pessoal do presidente François Miterrand, no segundo mandato e o filme que foi feito sobre ela, lançado em outubro “Les Saveurs du Palais”. Apesar ou porque é meu nicho, o de coisas e livros estrangeiros que vão demorar a chegar aqui, adorei.
E já que a Folha tem cadernos, (que nem gosto muito, gostaria de um jornal sem cadernos), por que não juntar essas traduções de artigos ao caderno Comida?
E sabem um blog que não podemos perder, nessa mesma veia de restaurantes fora do Brasil? E mesmo de qualquer outro assunto ligado a comida? É o blog da Alexandra Forbes, da Folha, também. (Ela é colunista da Folha há pouco tempo.) Descobri essa menina quando ela era criança pequena, uns dezoito anos e já escrevia para revista importante de São Paulo. Casou, mudou para o Canadá, e daí não parou mais. Hoje é uma globetrotter, especializada em comida, em restaurantes, nos seus chefs, tem cabeça ótima e escreve com fluência invejável. Como seu pai, talvez, Geraldo Forbes que também é encantado com o assunto e escreve como ninguém.
Invejo a Alexandra. Como consegue viajar tanto, de cá para lá, comendo, anotando, contando para a gente, fotografando, dando sua opinião valente? Parabéns, mais uma vez, Alexandra, tenho te mantido sob lupa e ainda não descobri um defeito que fosse. Boa, perseverante, lutadora, sedutora, cheia de garra, ótima em línguas e ótima de blog.
A amizade com ela quase se tornou impossível por causa de uma gafe minha. Ela me telefonou, uma vez, há mil anos atrás, e convidou para ir comer um risoto na casa dela. Havia convidado um chef, especialista em risotos, (acho que era o Gianni Tartari) e ela própria faria um risoto do livro que ele acabara de lançar. Aceitei o convite, mas a preguiça paralisante que tenho começou a me cutucar. Ah, uma daquelas festas enormes que não dá para conversar, em pé, gente desconhecida… Não vou ceder à tentação. Meu cabelo está precisando de um óleo, de um hidratante, vou lambuzar a cabeça, amarrar com um turbante para ver no que dá. E dito e feito.
Embrulhada no tal de turbante, lá por 1 hora da tarde Alexandra me telefona. “Nina, que atraso! Eu e o chef estamos esperando você para começar!!!!”. Bom, já adivinharam, a convidada era só eu. Cheguei lá . De turbante, mas cheguei.
E foi engraçado. Alexandra, menina de tudo, nervosa e linda, (tem isso a mais, ela é bem bonita) se pôs a cozinhar numa eficiência sem par. Acabado o risoto perguntou ao chef: “O que você acha? Falta alguma coisa? Ou ficou certo?” Ele, meio encafifado (outra palavra para o Google), foi perguntando coisas à ela, de modo socrático, até que ela própria chegasse à conclusão de que faltava sim. O risoto era de frutos do mar e ela esquecera de quê? Dos frutos do mar. No final deu tudo certo. E toda essa conversa fiada é para dizer que Alexandra é muito boa, mesmo, e que quando quiserem saber de restaurantes, de opiniões sobre o que vai pelo mundo e pelo Brasil também, corram ao blog dela. É bem feito, inteligente e muito informativo.
Querida Nina, nem tenho palavras para expressar o quão honrada me sinto ao ler este post. Desde os tempos desse famoso almoço, há exatos 20 anos (acredita?!), sou de suas leitoras mais assíduas. Um beijo agradecido e emocionado da amiga e admiradora, Alexandra
ps: o chef era o Boseggia, o livro, Riso in Tasca 😉
Nina, que bom você gostar tanto da Alexandra! Eu tambem adoro tudo o que ela escreve, a vida que leva e o que mais invejo é que apesar dessa comilança toda ela manter esse corpinho de sílfide ( google) tão perfeito! E além disso é filha do meu querido primo Geraldo Forbes – aliás falamos muito de você no meu aniversário , quando ele se esbaldou com sua polenta… Mundo pequeno e prazeiroso não? Beijos, Carola
ahahaha amo a Alexandra e lendo o seu blog que tambem amo conheci melhor a Alexandra, obrigada Nina e voce tambem escreve muitissimo bem adoro ler seu blog, e todos do comida da folha..so nao posso ler antes do almoco..hauauahah
Certa vez servi um kibe cru sem ter colocado o trigo. Senti que faltava algo e demorou para identificar o que era. Pode uma coisa dessa?