Falei ontem sobre festas que caibam nos bolsos, muita gente gostou e outros me interpelaram se eu queria acabar com a alegria dos ricos.
Longe de mim. Tem coisa melhor do que ser convidado para uma festa com o melhor champagne bem gelado, cascatas de camarões, buffets se curvando pelo excesso de comidas das quais nos serviremos devagar, indo e voltando sem filas monstruosas, aproveitando o que há de melhor em matéria de ingredientes, de cozinheiros e garçons.
Como poderia não gostar de banquetes se é essa a minha profissão? Estou danada se todo mundo receber amigos com uma boa pizza.
Como disse é questão de dinheiro. Acho que os bem ricos devem gastar muito, ora se devem, dar o que há de melhor aos seus amigos, sem exibições, com um grande coração generoso. Se não fossem os amigos ricos onde experimentaríamos as lagostas, os peixes inteiros com crostas incríveis, as galinhas como as de Bresse, untuosas, suculentas?
Eu reclamava ontem dos que não têm o dinheiro e querem dar uma festa com cara de rico. Aliás, as melhores festas são aquelas com a cara das pessoas. Todos sabem do que estou falando.
Uma vez (surto chinês), convidei um casal de amigos para um jantar. Tudo em louça chinesa, receitas estudadas com o maior carinho, eu mais na cozinha do que na sala, etc.
Ficou bom, amaram, mas a convidada não retribuiu. Disse que não sabia o que fazer depois de um jantar daqueles, tão caprichado. (Éramos assim há centenas de anos.)
Bem, um dia não deu mais para disfarçar. Convidou e adivinha o que fez? Sendo de família italiana, fez um belo talharim em casa, com molho de tomate. Sabe quando uma coisa tem o melhor gosto do mundo? Mais vinho e pão. Foi demais, não me esqueci do gosto, era perfeito, e era honesto e era simples, carinhoso. Comemos de dar vergonha.
É isso, todo mundo sabe. Comida boa, variada ou não, tudo vale quando a alma não é pequena, diríamos nós já um pouco desfocados depois de tanto vinho.
Olá, NINA.
Li sua entrevista à revista da “Sociedade da Mesa” e corri pra cá, pra conhecer seu blog. Escrever e cozinhar são seus dons, pelo que relatam e a sra. transmite simpatia e profissionalismo. Receba o afeto deste leitor que gosta muito de apreciar um bom texto e um bom prato.
Amitiés,
Beto.
Ai, Adalberto, não posso aceitar seus elogios ao blog. Não sei montar o blog, não sei colocar fotos, quando aprendo demora demais. Uma pena, eu adoraria ter um bom blog. Abraços, amitíé toujours!
Nina, fiquei encantada com teu texto. Principalmente porque,hoje, muitas pessoas exageram e querem mostrar o que não têm. Nada como uma festa com a cara do anfitrião!
Obrigada, Lena!
Ai que delícia! não existe nada melhor que o gosto da honestidade, sim honestidade, cada um ser aquilo que é e pronto, sem firulas e salamaleques.
Beijos, Paola.