ONDE FOI PARAR O ALHO?
03/06/12 01:04Bom, já que estou obcecada por alho, vamos falar mais um pouco sobre a comida provençal. Os livros sobre a Provence se aproveitam da beleza do lugar e haja fotos bonitas e sedutoras. Muito tomilho, alecrim, sálvia. O presente de grego que os provençais receberam foram as massas, as alcachofras e as amendoeiras.
E a beleza das laranjas e limões, das camélias coloridas, da mimosa, dos girassóis. Mel, azeitonas, o queijo.
Mas ao falar de cheiro temos que pensar que o maior cheiro é o de alho.
E as azeitonas se dão bem, prateadas, e o azeite virgem delas é que prepara tudo.E quem não se aproveitou da luminosidade da terra? Matisse, Cezanne, Van Gogh, Renoir. Explodiram em cores nas primaveras provençais.
Berinjelas, os figos, os melões, e a passarinhada…
Sem falar em Marselha e os peixes frescos e a bouillabaisse. E tem muita sopa de peixe, por causa dos peixinhos espinhudos, mais fáceis de aproveitar assim. Ratatouille, brandade de bacalhau, tudo traz água na boca. E se que bancar o cozinheiro provençal, nem precisa de receita, vá fazendo a salada niçoise na qual vai de tudo um pouco. Repolho, alfaces, ovos, atum, ovo cozido, azeitona preta tomate e tudo o mais que passar pela nossa cabeça de cozinheiros atordoados, como Tartarin de Tarascon. (Tartarin de Tarascon é o nome de um livro e de personagem de Alphonse Daudet, muito publicado no século passado e esquecido neste. Qualquer dia a CosacNaify nos dá o privilégio de relê-lo.)
A salada niçoise é servida com azeite, tomate, anchovas, azeitonas, e alho, muito alho, com certeza.
E o sanduíche mais gostoso do mundo, o pan bagnat? Pão com bastante azeite, tomate, pimentão, azeitonas e cebola em rodelas. Hum. E cadê o alho?
Muito bom as explicações sobre o alho.Tbem aprecio muito em grandes porções. Gostaria tbem de receber alguma orientação de como preparar as berimjelas. Gosto muito, mas nao sei prepara-las.
Grato
Sidnei I. da Silveira
Adoro alho, e não consigo entender as pessoas que falam que nao digerem bem isto numa refeição normal – em festas esta recusa é até aceitável. Agora, a comida do campo, com seus azeites e ervas, e a falta de preconceitos – ovos generosos, massas rústicas – sempre me fascinou, com sua simplicidade e extrema qualidade. Abs!
Nina, meu pai dizia que o alho e a cebola eram provas incontestáveis de que deus existia. Detalhe: ele era ateu!
Adoro a cozinha provençal e ela não é história pra mim! Tenho a boa sorte de viver cercada de amigos que são dessa região. Agorinha mesmo ganhei um vidrinho com o azeite de oliva produzido pelos pais de um deles! Outra lembrança boa: a cozinha local do Maghreb, mais precisamente da Argélia que também comunga de muito alho e cebola! Ah! Eu sou uma das que leu Tartarin e se deliciou!