VOLTEI LIDA E COM A NOVELA EM DIA
16/05/12 01:33Claro que o defeito dos blogs da UOL foram maiores no meu do que no de todo mundo. Consegui postar uma vez ou duas e só. Aproveitei para trabalhar no buffet, assistir umas novelas, ler bastante e jogar paciência que afinal ninguém é de ferro.
Leituras – Ando com problema sério de ler e não gostar do que leio, ou melhor, gostar medianamente. Faz pouco tempo, aliás, uns quatro anos, recomecei a ler romances. Tinha parado durante uns vinte anos lendo somente os mais óbvios, mas fui seduzida por ensaios. Tínhamos um curso de literatura inglesa e lá sim, lemos Shakespeare, e a queridíssima Emily Dickinson. Quando voltei às lides romanescas não consegui gostar mais de romances, quem sabe um ou outro, me enrosquei com uma contista do sul, americana, Flannery O´Connor, achei magistral, e só. Já ia me esquecendo do Naipaul que leio com muito prazer, acho um escritor sensacional. Pedro Nava na cabeceira e pronto, livros de cozinha. Mas, como sabem uma cozinheira não pode ler só cozinha que emburrece. Então, vamos lá.
O mapa e o território de Michel Houllebeck. Falei dele na última coluna da Folha, na de hoje. Não entendo como ganhou o prêmio Goncourt. Imagino como estarão os outros romancistas. Eles começam bem, musculosos, alegres, originais, cheios de vida e de repente caem na mesmice, ou como diria um tio meu, caem na tibieza. O 1Q84 do Haruki Murakami resolvi não acabar, achei que não valia a pena, mas fiquei com ele atravessado na garganta e vou ter que ler até o fim.
Um engraçadinho, desses de ler para divertir no fim de semana é o The Best Exotic Marigold Hotel, com o filme passando ao mesmo tempo. Quem assistiu o filme achou uma diversão simpática. A mesma coisa digo do livro, uma bobaginha interessante. Dá uma saudade do Forster falando sobre a Índia.
A comida de Marrocos de Paula Wolfert continua, há décadas, muito bom. Está revisto e aumentado. E The Food of Spain da Claudia Roden também não perdeu o charme. No IPAD com boas fotos, muito simpático.
Sobraram as novelas da sete e das oito. A das sete queria muito ver por ser escrita por um amigo, mas tenho chegado tarde e pego rabicós da história. Há um buffet perfeitamente retratado. (Quase todo buffet tem uma escada difícil e um cantinho para caixas e isopores velhos e este também tem. E quem escreveu entende bastante de buffets, apesar da equipe ter só uns três ajudantes, o que os torna eficientíssimos.) Vou comprar uma televisão para o trabalho só para não perder o Filipe Miguez.
A novela das oito, o pior é que não decoro nome de novela, Avenida Brasil, tem me dado certo orgulho. Muito bem dirigida, novela tem aquela tendência de ruindade mas esta está me parecendo que vai virar clássica. Ótimo cast, bons atores, e além de tudo a heroína chama-se Nina e é cozinheira. Tomei partido. A Nina só precisa engordar um pouquinho e tirar aquela ruga triste da boca, valha-me Deus, a vida é curta, novela tem que ser feliz.