SÃO JOÃO, ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO!!!!
03/05/12 18:00De vez em quando me dá um ataque de burrice na hora de interpretar o que uma cliente quer. A nossa mais querida amiga vai casar o filho e resolveu fazer uma festa de São Pedro, numa bela fazenda antiga. Ah, pensam que é só isso? Não. A noiva vai chegar num cenário de São Pedro, com mastro, fogueira, barraquinhas de patchwork de chintz, bandeiras, luzinhas brancas, mas sem exagerar no caipira. Nós vamos servir comida meio caipira dentro dessas barraquinhas.
Então, vem a pergunta. O que é caipira? É claro que a noiva não quer os convidados de chapéu de palha e ela de trancinha e sem dente na frente. Quer só entrar na festa, que é no verde da fazenda, árvores seculares, dentro desse cenário. É como eram chamados esses festejos antigamente. Festejos de fora e festejos de dentro.
Então, esquecer do que chamamos de caipira, da festa caipira, que seria um pedaço do Nordeste, estereotipado, com patchwork, utensílios de barro, sanfona dependurada na parede, vamos convir é uma delícia de festa mas não combina com o que a noiva quer.
Vai ter fogueirão, mastro, etc, mas a noiva vai estar linda de morrer passando no meio daquela coisa toda.
Então o que colocar nessas barracas para enfeitar? Bem, aí vem a segunda opção, que está muito na moda – Martha Stewart nos campos ingleses. Cantinhos com cadeiras e sofás, quadros dependurados em árvores, meninas de chapéu florido passeando por entre mesinhas de chá, cestas cheias de flores jogadas aqui e ali. Tudo bem, bonitinho, cute, mas onde foi parar o São Pedro ou o São João, ou qualquer outro santo que seja?
Resta o caipira mesmo, que é colocar uma toalha de mesa de plástico bordado, uma jarra daquelas de abacaxi ou milho da Grande Família (que por sinal adoro, majolica), bules tinindo de brilhantes com cafés e quentão e chás. E os pratos todos beges, daquela vidro inquebrável Santa Maria que se vê nos supermercados. Ah, isso não, nem morta, é feio demais.
Pensei em usar abóboras (meio Halloween), pensamos em frutas douradas, como uma grande melancia douradona, com uma fatia tirada, bem vermelha, e batatas doces e mandiocas, só com um toque de dourado. Eu gostei, estava pop, mas ninguém gostou, um pouco Christmassy, talvez. Mas, gostei, era diferente.
O que não detesto mesmo, o que acho pior é com cara de ANOS 50, ovo amarrado com fita, aquele estilo bonitinho, bonitinho, engraçadinho demais. Desse, enjooei.Ao anos 50 e começo dos 60 foram tão marcantes que quem passou por eles deu por teminada a tarefa de passar por alguma coisa.
Vi ontem uma exposição, ou melhor, uma retrospectiva do Damien Hirsch (não, não quero colocar a caveira com brilhantes, não, mas ele fez uma coisa que achei bonita.) Num fundo de farmácia, pôs 3 vidros desses de laboratório, pescoço fino, altos, enormes, e encheu de líquido colorido. Nós poderíamos ter 3 vidros enormes em cada barraca com as cores básicas da festa. Como se tivéssemos agarrado a essência e guardado nos vidros.
E ao lado as comidas que serão o coquetel da festa, como sopa de feijão, de abóbora, de milho. Quentão vai ter, é claro, para dar o cheiro característico. Pasteizinhos, empadas pequenas assadas na hora, panelinhas com creme de milho. Paçoca com banana, dados de tapioca frita sobre barquetes de bambu, e vai por ai.
Lá dentro, no casamento de verdade, passando pelas caipiragens vai ser uma tenda linda, tudo branco, doces em papéis recortados do Recife, paredes de flores brancas de crepon, 600 flores, um brega chiquérrimo. E lá tentaremos um jantar bem brasileiro, mas apresentado lindamente. Já é outra história. Depois da festa prometo contar com detalhes e quiçá com fotos….
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A princípio pode parecer um livro sem relevância; porém, trata-se de uma
análise aprofundada do universo subconsciente – sabedoria que existe
dentro de nós mesmos. Permita-se conhecer a existência humana por um
novo prisma.
ESTE LIVRO IRÁ TE SURPREENDER!
E a pamonha de Piracicaba ? :_)
Gostei !
Vamos levar!!! Pamonhas, pamonhs, pamonhas….direto de Piracicaba….
Nina, o que eu queria MEZZMO é ser convidada para esse casamento: vai ser lindo e com comidinhas maravilhosas, que só de ler já deu água na boca!
Prometa que vai contar tudo depois e postar fotos?
Um beijo da fã incondicional,
Carola (mãe do André, sogra da Bel)
Ah, vc vai, claro. E ainda vai trabalhar um bocado!
Nina, que ótima expressão “brega chiquérrimo” . Acho o estilo caipira brasileiro muito interessante para ser explorado numa festa no campo. É algo autentico, genuíno, com ingredientes locais estalando de frescos e a ambientação natural da fazenda. Estou esperando ansiosa pelos detalhes que você trará sobre essa festa. Beijos e sucesso! Katia
Vou até levar um fotógrafo, grandes esperanças de belezuras…
Vc vai ser a primeira a saber, prometo!