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Nina Horta

Perfil Nina Horta é empresária, escritora e colunista de gastronomia da Folha

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Coca-cola é o que é !

Por ninahorta
04/03/12 00:16

É duro confessar, mas num dia de calor, de sede, de mau humor, de dor de cabeça, de enjôo, tem gente que só pensa, que só quer uma Coca-Cola. Adoro, mas vivo perseguida pela imagem ( que nunca vi, mas que muito ouvi) de que a Coca-Cola é um ótimo desentupidor de pias.E que mesmo a light, diet, engorda. Ah, não dão sossego as más línguas. Por causa disso comprei três livros na Amazon, de prós e contras. Todos bons. Que seja para o Bem, que seja para o Mal, vou continuar com meu copo de Coca gelada nos momentos de aflição.

Vejamos os livros
THE REAL THING. TRUTH AND POWER AT THE COCA-COLA COMPANY – Constance Hays – Random House



É um livro muito bem pesquisado e bem escrito, fácil de ler. Fala de um tempo em que as pessoas tomavam Coca-Cola, pela manhã, à tarde, à noite, nos Estados Unidos, onde a Coca começou. Em muitos lugares a Coca-Cola  substituía o café no começo do dia. Substituia o leite e o suco de frutas em muitas lancheiras, e até nas mamadeiras, se tudo o que escutamos for verdade. Hays analisa a história  da Coca através dos homens carismáticos que acreditaram na bebida que não tinha valor nutricional nenhum e que a transformaram em remédio, em refresco, e em objeto de desejo mundial. Explica a corporação, e nos abre um pedaço dos bastidores da cultura dos negócios americana.

BELCHING OUT THE DEVIL – Mark Thomas – Nation Books


Mark Thomas se descreve como um ex-viciado em Coca-Cola, recuperado, de meia idade, gorducho, com asma que resolveu correr o mundo investigando as histórias da Coca.
As campanhas, o trabalho das crianças nas fábricas de engarrafamento de El Salvador, trabalhadores indianos expostos à matéria tóxica química e principalmente os problemas dos sindicatos contra a  corporação da Coca-Cola. Por incrível que pareça o autor é um comediante por profissão, expõe feridas e assim mesmo nos faz rir.

THE GOD, COUNTRY AND COCA-COLA – Mark Pendengarst – Basic Books



Para nós, cozinheiros é o único dos três livros que fala na bebida em si, no xarope, como foi inventado, as mudanças pelas quais passou. É um livro grosso enciclopédico, mas muito fácil de ler. Aprendendo sobre a Coca vamos aprendendo também sobre o capitalismo moderno, sobre a história dos Estados Unidos. É um bom romance para ser lido com vagar.

Escrito por Nina Horta às 00h49

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Anúncios da bebida

 

 

Anúncio de 1924 com a melindrosa brindando a vida com Coca- Cola
nos calendários e bandejas.

A Coca-Cola comemorou seus 125 anos em 5 de maio.
Há séculos venho aguentando a cara de ” verguenza ajena” dos meus amigos quando ao jantar com eles, peço uma caipirinha e uma Coca geladíssima, enquanto bebericam um vinho mais adequado ao que comemos.
Mas não tem jeito. Conheci a Coca-Cola quando tinha quatro ou cinco anos. Foi a vizinha, a mulher do “seu ” Rutênio, aviador, que comentou a chegada da novidade pelas asas da Pan Air. Só me lembro que tinha gosto de sabão Aristolino, que por sua vez, já era uma antiguidade líquida, da mesma cor da Coca. A nossa vidinha de criança se resumia à escola e festas de aniversário dos colegas, com bolo, olho de sogra, ameixas-pretas com bacon ao forno, cajuzinho de amendoim, pequenos sanduíches e muitos copos de guaraná morno.

A bebida nova vinha acompanhada da idéia de felicidade, riqueza e americanos. Numa ingratidão sem fim, traímos o Guaraná e aos poucos nos viciamos totalmente, com recaídas, numa bebida que achávamos ruim. Os mais velhos, não. Permaneceram patriotas. Na nossa adolescência, o cuba-libre, coca com rum, era a bebida da moda.

“Pescando”, o primeiro de seis anúncios feitos pelo artista americano
Norman Rockwell para o calendário da Coca de 1935

É o Tom Sawyer com certeza. Não se parece nem um pouquinho com o nosso Jeca-Tatú na margem do rio. Muito branco, esguio, nariz arrebitado. Quem assinava ou comprava a revista Saturday Evening Post era presenteado com a capa do Norman Rockwell que mais americano  não poderia ser, e que ia nos alimentando com a vontade de conhecer aquele país tão simpático, de famílias felizes e remediadas.

A sensual ” Mulher de Vermelho” 1950

Enfim, a bebida não é só um refrigerante, basta olhar a garrafa para assanhar teóricos em todos os campos. Pode personificar o que se bem quiser. Para nós, simples mortais, “eu tomo uma Coca-Cola ela pensa em casamento, uma canção me consola…eu vou…Por que não? Por que não? ” Alegria da pura.


fotos da coluna Pop Culture / Matt Mccan do New York Times

Escrito por Nina Horta às 00h04

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COCA na prática

É Portugal quem nos manda o palpite
Para que o polvo fique macio junte à água de cozer uma cebola e um copo de Coca-Cola. Ao fim de pouco tempo (depende do tamanho do  polvo) tem polvo muito macio e com os tentáculos todos intactos, e não saberá a Coca-Cola.

Receita de presunto de Nigella Lawson A receita é cortesia de Nigella.
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo de assar: 2h e 40 minutos
Nivel – Fácil

8 porções

Ingredientes para o presunto
1 presunto de cerca de 4 quilos
1 cebola descascada cortada ao meio
2 litros de Coca-Cola

Para dourar
Um punhado de cravos
1 colher bem cheia de melado
2 colheres de chá de boa mostarda em pó
2 colheres de açúcar mascavo

Como fazer o presunto
Descasque uma cebola e corte-a ao meio. Numa grande panela coloque o presunto, a cebola e despeje por cima os 2 litros de Coca- Cola. Deixe a Coca ferver em fogo médio. Reduza o fogo e e tampe sem apertar muito a tampa. Deixe cozinhar por, no mínimo, 2 horas e meia.

Preaqueça o forno
Para a crosta
Tire o presunto da panela e deixe esfriando numa tábua, reservando o caldo do cozimento. Com uma faca afiada limpe a pele grossa deixando somente uma camada fina de gordura. Marque a gordura na diagonal formando losangos e no centro de cada um espete um cravo. Passe o melado por cima. Ponha delicadamente a mostarda em pó e o açúcar sobre  a carne de modo que grudem no melado. Forre uma forma com papel de alumínio. Coloque o presunto dentro, asse por uns 10 minutos ou até quando estiver bem moreno e borbulhando.

 

Digressões pessoais
A receita acima tem a maior cara dos anos 50. Se fosse servida hoje seria arrumada em um grande prato branco. Cortar-se-ia um pedaço pequeno do presunto do modo desejado, fazendo um sanduíche com duas rodelas cozidas de batata doce bem boa. A de cima com um cravo espetado bem no meio. Ao lado, 2 colheres de chá de tartar de abacaxi e 2 colheres de chá de  purê de milho.Tudo envolvido por fios muito finos de caramelo.

Ao cozinhar o presunto na Coca-Cola quais os ingredientes que estaria usando?
Açúcar, cafeína, ácido fosfórico, folha de coca descocainizada, noz de cola, suco de limão, glicerina, essência de baunilha, óleo de laranja, óleo de limão, óleo de noz moscada, óleo de cássia (uma espécie de canela), um traço de óleo de coentro,um traço de óleo de limão e um traço de óleo de flor de laranjeira. (Parece que há pouco tempo foram tirados o suco de limão e a glicerina.)

Coca-Cola é tudo que a gente sente, tudo que a gente quer…
Uma leitor, Marisa Ono me lembra quando a Coca era chamada, “água suja do capitalismo”. As acusações contra a Coca-Cola são geralmente ligadas aos sindicatos dos trabalhadores. Geralmente a empresa ganha as causas na justiça por ser somente a vendedora do xarope que é engarrafado pelos franqueadores do mundo todo. A responsabilidade dela é sobre o xarope e sobre as imensas campanhas em torno da  bebida. Responsabilidade sobre a imensa família de empregados felizes cai sobre a franquia.

A Coca-Cola faz bem ou mal ?
Nem bem, nem mal. Varia conforme varia a ciência à nossa volta. No começo o açucar é vilão, então a Coca-Cola em exagero faz mal. Em outro momento é o adoçante. Tudo bem? Então tudo bem para a Coca. No começo de sua história, quando descobriram a cocaína foi como se houvessem descoberto a pólvora. Freud acreditava nela, todos queriam experimentar a droga, a Coca podia ter um pouquinho de cocaína, só traria felicidade e alegria. Logo se viu que não era bem assim, sumiu a moda da cocaína, sumiu a cocaína da Coca. ( Se é que um dia existiu )
E o nome?  Simplesmente um nome eufônico, Coca-Cola….Coca-Cola…. a pausa que refresca.

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