A namoradinha do presidente Kennedy
13/02/12 18:04
Cai na esparrela, bem feito! Apertei o dedo nervoso no Kindle e comprei “Once Upon a Secret”, de Mimi Alford. Se me perguntarem por que comprei um livro com mais uma história de amantes ocasionais de Kennedy, eu não saberia responder. Li em 3 h mais ou menos, e na realidade o livro poderia ter somente estas linhas:
“Todo mundo tem um segredo. Esse é o meu.
No verão de 1962, eu estava com dezenove anos, trabalhando como estagiária nos escritórios de imprensa da Casa Branca. Durante esse verão, e por um ano e meio que se seguiu, até sua morte trágica em novembro de 1963, tive uma relação íntima e prolongada com o presidente John F. Kennedy.
Guardei o segredo com disciplina quase monástica por mais de quarenta anos, contando somente para pouquíssimas pessoas de minha inteira confiança, inclusive meu primeiro marido. Nunca contei a meus pais, ou filhos. Achei que continuaria um segredo até que eu morresse. Não continuou.”
Uma biografia de Kennedy mencionou o caso e ele veio a público. Já que todos souberam escreveu um livro sobre o assunto quase que como uma virgenzinha de colégio de freiras e um presidente simpático que a convidava com frequência, depois de um banho de piscina, para dormir com ele.
Só estranhei toda a vergonha que ela sentiu por isso, vergonha da qual só se libertou aos sessenta anos. Não parece coisa dos anos sessenta, ou mudamos mais do que eu imaginava de lá para cá.
O que se apura é que Kennedy tinha mesmo uma vida sexual muito ativa com várias amantes e Jacqueline ao mesmo tempo. E a menina que se coloca como uma Martha Stewart de prendas domésticas com dezenove anos já sabia muito bem o que estava fazendo e ninguém a obrigou a nada.
A história de um dos casinhos do presidente com o mínimo de detalhes. Uma Mônica Lewinski mais magrela e comportada. E a sua narrativa parece bem honesta, sem escândalo, sem queixas ou acusações. Como uma reportagem bem neutra, para nós, e que no entanto a marcou por todos esses anos, inclusive destruindo seu primeiro casamento já que achou que deveria contar a história ao noivo. E a impressão que dá é que ele se casou mas a manteve refém do segredo por vinte e seis anos! Durma-se com um barulho desses.
Adorei: “Se me perguntarem por que comprei um livro com mais uma história de amantes ocasionais de Kennedy, eu não saberia responder”.
Eu li certa vez a biografia da Pattie Boyd, a musa do Harrison e do Clapton. No fim, me deu pena, acho. Ela resumir a vida dela a ter sido musa dos dois (e uma musa um tanto maltratada, vamos combinar). Mas a questão foi a curiosidade que me deu para ler, só para constatar que não precisava ter lido 😉